O término do asfaltamento da BR-163, principal rodovia federal que ligar os polos produtores de grãos do CentroOeste aos portos do Pará, é uma prioridade e não sairá da pauta nem com o ajuste fiscal previsto pela atual equipe econômica, afirmou um diretor do Dnit, braço executivo do Ministério dos Transportes.
“Mesmo com o cenário de contigenciamento, a BR163 será executada. Não queremos nenhum tipo de restrição orçamentária para esta rodovia”, afirmou Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, diretor interino de infraestrutura rodoviária do Dnit, a uma plateia de empresários e políticos presentes na abertura da Intermodal, maior feira de logística e transporte de cargas, hoje, em São Paulo.
Segundo Mello, os quase 200 quilômetros ainda sem asfalto afeta diretamente os custos logísticos do agronegócio e, por isso, “não será interrompida enquanto eu estiver sentado nesta cadeira”. A finalização da BR163 é uma antiga queixa de produtores rurais e tradings, que tentam alavancar o escoamento da safra brasileira de grãos para os portos do Norte do país, como forma de escapar dos custos mais altos e dos congestionamentos dos terminais do Sul e Sudeste.
Se o governo federal, de fato, der continuidade à obra, a nova expectativa é de que ela esteja finalizada até meados de 2016. Com o ajuste fiscal do governo, a expectativa é que cortes sejam feitos em projetos de infraestrutura. Mello não quis comentar o que seria eventualmente deixado de lado neste cenário.
O objetivo principal será a manutenção dos 50 mil quilômetros de rodovias em uso no país. No ano passado, esse trabalho exigiu a execução de R$ 4,8 bilhões. A previsão para 2015 era de aportes da ordem de R$ 5,5 bilhões a R$ 5,9 bilhões, afirmou o diretor do Dnit. Mas isso, antes de o cinto apertar.