Dilceu Sperafico*
Se os Estados Unidos, líder mundial do agronegócio, tanto em produção como em estrutura de armazenamento, beneficiamento e escoamento das safras, já sinaliza dificuldades para a estocagem da colheita recorde de grãos que se aproxima, o Brasil precisa assumir a importância desse tipo de estrutura.
Cooperativas e empresas cerealistas brasileiras, das principais regiões produtoras do País, têm investido na implantação e ampliação de silos em suas unidades de recebimento de grãos, especialmente naquelas mais próximas dos produtores, além de avançarem muito nas dimensões e tecnologias de aviários e chiqueirões.
No caso da avicultura e suinocultura, os objetivos atendem a profissionalização e tecnificação das atividades, o bem-estar animal e o aumento da produção, mas o País necessita também investir mais na armazenagem de grãos, nas propriedades de maior extensão ou em grupos de agricultores vizinhos.
Entre as vantagens dos agricultores norte-americanos em relação aos colegas brasileiros, além da estrutura de transporte de grãos baseada em hidrovias e ferrovias, está a manutenção de estrutura de estocagem e beneficiamento de grãos pelos próprios produtores.
Assim, a maioria deles colhe soja, milho e trigo, que após passagem pelas etapas de secagem e seleção dos grãos, são armazenados na própria propriedade, onde permanecem sob o olhar dos produtores, para serem comercializados no momento oportuno.
Quando o mercado se mostra mais favorável, com a reação dos preços ou o produtor deseja obter renda para outros investimentos, ele vende sua safra, cujo transporte de caminhão até o porto fluvial ou terminal rodoviário mais próximo nunca supera os 30 quilômetros, reduzindo na mesma proporção os custos do frete até os centros industriais e/ou empresas exportadoras.
Mas além da preocupação com a armazenagem individual de grãos, devido ao seu custo elevado, não podemos esquecer também que a avicultura e a suinocultura estão cada vez mais tecnificadas no Brasil, exigindo estrutura mais complexa para o desenvolvimento de aves e suínos.
Não por acaso, nos pólos produtores do Sul e Sudeste do País, como no Oeste do Paraná, grande parte dos galpões de suínos ou os chamados chiqueirões, já conta com infraestrutura para manter a temperatura dos ambientes, além de instrumentos e equipamentos sofisticados para o fornecimento correto de ração e água aos animais.
Outra prática, como a manutenção de porcas ou matrizes em gaiolas também está sendo deixada de lado e são poucos os criadores que ainda possuem barracões antigos, que dificultam a manutenção da temperatura e qualidade do ar para os animais abrigados.
Entre as adequações de construções existentes para o aumento e melhoria da produção e bem-estar das criações, está a troca de telhas dos chiqueirões e aviários, pois esta é das alternativas mais eficientes para controlar a temperatura dentro da unidade.
As coberturas de fibrocimento ou metálicas, sem isolamento térmico, devem ser substituídas por telhas isotérmicas, após análise do aumento de peso do novo telhado e a distância entre apoios para suportar a alteração.
Entre os benefícios de materiais isotérmicos estão a economia na estrutura da construção e nos sistemas de climatização, a eliminação de inversão e condensação térmica e do estresse térmico e a redução dos índices de mortalidade dos animais.
*O autor é deputado federal pelo Paraná