Produtores rurais de seis estados brasileiros, cuja a produção é de mais de 5 mil litros por dia, afirmaram à deputada federal Aline Sleutjes (PSL-PR), nesta segunda-feira (20), que a cadeia leiteira no país precisa de mais espaço no mercado e melhor valor enquanto setor produtivo nacional de alimento.
Mediadora da terceira edição do Fórum Nacional de Incentivo à Cadeira Leiteira, promovido pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), com apoio da subcomissão do leite na Câmara dos Deputados, para debater novas políticas, preço, mercado futuro e tendências de consumo de produtos lácteos, Aline Sleutjes destacou a importância de fazer o setor crescer cada vez mais.
“O Brasil é hoje o terceiro maior produtor de leite. O nosso alimento está em 99% dos municípios e é o sexto produto de maior importância na cadeia produtiva: representa saúde, economia e auxílio no PIB do país,” disse a parlamentar.
No país, são 1,171 milhão de estabelecimentos produtores de leite desde o pequeno da agricultura familiar, passando por médios e grandes produtores. “Ainda assim, o setor enfrenta dificuldades em relação aos altos custos na produção em consonância com a falta de políticas públicas. Isso gera inviabilidade na atividade leiteira, colocando em risco – além do sustento de milhares de produtores – o fornecimento de um produto de tamanha importância na alimentação dos brasileiros,” disse Ricardo Godinho, produtor de Minas Gerais.
Médico veterinário, José Renato Chiari, produtor de mais 16 mil litros por dia em Goiás, explicou que a relação pecuarista-indústria é uma das principais dificuldades do setor no estado. “Uma das reclamações dos produtores era a falta de previsibilidade do preço. Montamos uma Câmara técnica para discutir essa relação produtor e indústria e conseguimos criar uma cesta de produtos para fazer o índice de preços subir na região.”
Representando a força feminina na cadeia do leite em São Paulo, Roberta Bertin Barros, ressaltou a importância de debater a fazenda da porteira para fora – até os laticinios. “Nós lutamos para entregar uma boa qualidade de leite, com alta gordura e proteína. Esse nosso alimento precisa ser valorizado e levado ao consumidor direto. O Brasil é grande consumidor de leite em caixinha e esse leite que é muito saudável não é tão consumido no Brasil como nos outros países,” disse.
Roberto Sleutjes, produtor do Paraná, falou sobre a necessidade de políticas públicas para o setor de leite no país. “Precisamos com urgência de uma simplificação, de mudanças para não precisar ir em vários órgãos para conseguir desenvolver a nossa atividade. Essas questões burocráticas dificultam, travam, oneram e desanimam os produtores. O Brasil é destaque na exportação de soja e de milho. E por que não trabalhar para reduzir as dificuldades e realizar as reformas necessárias para também sermos destaque na exportação de lácteos?”
Produtor do Rio Grande do Sul, Gilberto Picinini, disse que é necessário ter um estado sanitário que não limite o Brasil a abrir mercado de exportação. “A gente nota que o Brasil ainda tem algumas deficiências em relação a isso. Sei que a ministra está muito empenhada neste sentido.”
Já Nério Ceccon, de Santa Catarina, ressaltou o importante trabalho da cadeia leiteira em conjunto com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). “Precisamos de planejamento a longo prazo, temos que criar meios para que o produtor venha ter uma forma de se planejar com mais tempo e criar uma cadeia forte do leite para, inclusive, exportarmos mais.”
A próxima live do Fórum Nacional de Incentivo a Cadeira Leiteira vai ao ar na próxima segunda-feira (27), com o tema “Os desafios da indústria e cooperativas”, a partir das 15h, nas redes sociais da FPA.