A deputada sul-mato-grossense, Tereza Cristina (PSB-MS), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para a Região Centro-Oeste, ocupou nesta terça-feira (28) a tribuna da Câmara dos Deputados para comentar o relatório das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre os recentes conflitos de terras em seu estado.
– A violência é sempre lamentável, principalmente quando resulta em mortes e causa incomensuráveis prejuízos à integridade física e moral de cidadãos. A verdade precisa ser dita e a realidade do Mato Grosso do Sul necessita ser compreendida para que, de uma vez por todas, consigamos adotar medidas efetivas na solução do conflito na busca da tão sonhada segurança jurídica.
Em uma publicação replicada em diversos jornais e revistas, a relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas Victoria Tauli-Corpuz disse que, quando visitou a região do conflito, teria “previsto” uma tragédia. Integrante da CPI da Funai e do Incra, a deputada Tereza Cristina fez um alerta para que todos os lados do problema sejam observados.”Esse é um lado da história,mas é preciso ver a situação como um todo”, afirmou a deputada.
Tereza Cristina lembrou que é passada a hora de uma verdadeira trégua, onde cessariam as invasões para a retomada dos processos de demarcação de terra indígena. Segundo ela, o Congresso Nacional seria fundamental para a aprovação das reformas e a pacificação de toda a região, conforme prevê a própria Proposta de Emenda à Constituição (PEC 215) sobre a demarcação de terras indígenas.
Sobre os conflitos e invasões de terras, a deputada, em entrevista na sede da FPA, em Brasília, explicou que está faltando mais conversa e paciência, “mas tenho certeza que o governo que aí está, do Michel Temer, vai ouvir e fazer o que é justo; claro que reformas precisam ser feitas, a reforma agrária precisa prosseguir, caminhar no bom sentido para atender aqueles que necessitam da terra para produzir”.
“Tenho certeza que as coisas vão melhorar, e muito, para aqueles que gostam de trabalhar, que não são baderneiros, os que são da terra realmente, que vão continuar sendo assentados, mas para produzir, e não para as pessoas que estão fazendo baderna e usando os movimentos sociais para ganhar dinheiro e não para produzir, como é o objetivo da reforma agrária que nós queremos: pessoas que vão para a terra, que produzam para o Brasil, que ganhem dinheiro, que melhorem de vida, que tenham dignidade para suas famílias”.