Homero Pereira, um bravo sem bravatas!
Publiquei, no dia 6 de setembro de 2012, artigo intitulado “Código Florestal: SOS Senado”. Nele mencionava entrevista do deputado federal Homero Pereira, a que assistira no dia anterior.
Como presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, mostrava-se preocupado com a necessidade de aprovação urgente da Medida Provisória 571, editada pela presidente Dilma Rousseff para suprir lacunas referentes a dispositivos por ela vetados ao sancionar a Lei 12.651.
Dizia o deputado que iria procurar os senadores para tentarem uma composição com vistas à votação definitiva do texto como resultado de um grande acordo com o próprio Executivo para que referida Medida Provisória pudesse ser alterada, mas não decaísse por decurso de prazo.
Era uma demonstração do seu desejo de acertar e defender interesses públicos não apenas dos produtores rurais, mas do país.
Concluí meu artigo afirmando: “Tem razão o deputado Homero Pereira: o Senado precisa ajudar na busca de um consenso para a aprovação da matéria no prazo legalmente previsto. Um vácuo legal seria inconsequência. O bom senso deverá prevalecer”.
Pouco tempo depois tive notícias de que o deputado lutava contra o câncer que causou seu falecimento no último domingo.
Conheci-o quando eu era secretário da agricultura do Rio Grande do Sul e ele exercia idêntica posição no Mato Grosso. Era um bravo. Um lutador. Buscava soluções. Expunha-se, mas não era bravateiro. Agia com coragem, visando aos resultados. Jamais buscava a brilhatura pessoal e momentânea. Lutava com vistas à defesa dos interesses do conjunto.
Acredito que a morte física é uma passagem. Tenho certeza de que o deputado Homero Pereira está no local destinado aos justos, de onde poderá continuar sendo um bravo lutador pela justiça e jamais será um bravateiro.
À sua família, neste momento de dor pela separação transitória, minha solidariedade.
Odacir Klein