Ao receber o cargo do deputado Antônio Andrade (PMDB-MG), o novo ministro da Agricultura, Neri Geller, disse nesta terça-feira que a confecção de um novo plano agrícola e pecuário, o aumento do quadro de fiscais agropecuários, a redução do prazo para a concessão de registros de novos defensivos agrícolas e a abertura do mercado externo para produtos brasileiros estão entre as suas prioridades. Um dos primeiros compromissos de Geller será uma audiência, no próximo dia 25, com membros da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA). Entre os pontos a serem discutidos, estão o plano safra, a criação de uma lei sobre agroquímicos e o seguro rural.
— Minha atuação como ministro será focada e direcionada para o bem estar da sociedade. Vamos trabalhar junto com o setor, o Palácio do Planalto e a área econômica do governo — afirmou, referindo-se ao fato de que, antes de assumir o cargo, era secretário de Política Agrícola da pasta.
Geller é membro de uma família de pequenos agricultores, que deixou o Rio Grande do Sul, foi para Santa Catarina e acabou de instalando de vez em Mato Grosso, o maior estado produtor de soja do Brasil. Em terras matogrossenses, viveu primeiro como assentado em um acampamento de pessoas contempladas com a reforma agrária, onde chegou aos 15 anos de idade. Aos 45 anos, é produtor rural de Lucas do Rio Verde e ex-deputado de Mato Grosso. Levou à solenidade de transmissão de cargo a mãe Teresinha, a mulher Judite e o filho Marcelo, de 14 anos.
— Digo isso (sobre a época em que viveu no acampamento) com muito orgulho — afirmou.
Recém filiado ao PMDB e em seu segundo mandato como deputado federal, ele foi apadrinhado por nomes de peso do setor, como os senadores Blairo Maggi (PR-MT) e Kátia Abreu (PMDB), presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e ausente na solenidade, realizada do lado de fora do ministério, devido ao grande número de pessoas. Também conta com o apoio da bancada ruralista.
— Ele (o novo ministro) já era da equipe de Toninho (Andrade Andrade). É um produtor rural, um agricultor – disse o deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), da Frente Parlamentar de Agropecuária do Congresso (FPA).
— Nós o conhecemos há bastante tempo e nossa expectativa é a melhor possível – enfatizou o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Fierg), Carlos Sperotto.
Em seu discurso, Geller evitou falar sobre a crise entre PT e PMDB. Declarou lealdade, transparência e ética ao partido, à bancada no Congresso e ao setor.
Perfil
Neri Geller é gaúcho, natural da cidade de Selbach. Agricultor e empresário. Foi vereador duas vezes pelo PSDB da cidade de Lucas do Rio Verde (MT), polo agrícola do Centro-Oeste, entre 1996 e 2004. Na região desde 1984, desenvolveu atividade de plantio e comercialização de grãos, como soja e milho, em sua propriedade. Geller também tem empresa no setor de combustíveis.
Em 2007, foi eleito deputado federal, reelegendo-se em 2011. Em 2013, licenciou-se para assumir a Secretaria de Política Agrícola. Antes disso, exerceu o mandato de vereador em Lucas do Rio Verde (1996 e reeleito em 2000).
Com O Globo