A Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE) da Câmara dos Deputados debateu, nesta quarta-feira (13), o tarifaço imposto aos produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos. Integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ressaltaram a importância do setor agropecuário nas relações comerciais e a necessidade de encontrar alternativas para a manutenção do protagonismo do segmento como mola propulsora para os demais setores da economia.
Para o deputado Alexandre Guimarães (MDB-TO), todos os debates em torno das tarifas dizem respeito ao agro, seja na geração de emprego, renda ou na construção de diálogo com outros países. De acordo com o parlamentar, é fundamental que a crise traga alternativas e a ampliação de uma comunicação comercial.
“Precisamos buscar novas relações comerciais e, da mesma forma, entendermos que a crise é uma maneira de encontrar soluções para nossos problemas. Temos que ampliar nossa lista de parceiros, mas preservar os que estão conosco há tanto tempo. O diálogo deve ser primordial para que o agro não sofra. Somos o setor em que todos os assuntos transitam e temos responsabilidade sobre isso”, explicou.
Na mesma esteira do diálogo, o deputado Cobalchini (MDB-SC) lembrou que é necessário blindar o setor produtivo e agir com diplomacia. O parlamentar reforça que as ações brasileiras não podem acontecer de forma “boomerang”, sob o risco do Brasil e o agro sofrerem mais consequências.
“Temos, por exemplo, a lei de reciprocidade, e precisamos saber se isso é uma carta na manga do Governo Federal e em quais condições seria colocada em prática. Digo isso porque precisamos blindar o agro e não virar um bateu, levou. O tarifaço é algo sério e que causa transtornos em diversos setores. Precisamos manter o diálogo”, esclareceu.
Já Augusto Coutinho (Republicanos-PE) destacou que acordos têm sido feitos com outros países como, por exemplo, o Vietnã. No caso, o Brasil fechou relações que envolvem a carne bovina. Entretanto, o deputado questiona se o acordo será suficiente para suprir qualquer dificuldade com os Estados Unidos.
“A carne bovina representa 17% das exportações e foi feito um acordo com o Vietnã. Resta saber se isso é significativo e poderá suprir as questões relacionadas aos Estados Unidos. Reforço que é inquestionável a necessidade de manter o diálogo e nossos parceiros comerciais. O agro é a mola propulsora do nosso país e deve continuar relevante na discussão”, concluiu.