Em reunião nesta quarta-feira (8) na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Nilson Leitão (PSDB/MT), repudiou a invasão e destruição de propriedade rural em Correntina, no oeste da Bahia, na última quinta-feira (2).
Para o deputado, invadir propriedade é crime em qualquer circunstância e os envolvidos devem ser presos. “É imprescindível que essa casa legislativa tenha acesso aos dados das investigações por parte das autoridades locais e da Agência Nacional da Água (ANA) para não haver debate ideológico. Quem invadiu é criminoso e deve estar na cadeia, seja quem for”, ressaltou Nilson Leitão.
Outros parlamentares também se manifestaram ao longo da semana sobre o episódio. Em seu discurso no plenário nessa segunda-feira (6), a senadora Ana Amélia (PP/RS), membro da FPA, disse estar perplexa com o ocorrido. “O cenário é de devastação, vergonha e desamparo. A propriedade era de uma família japonesa que plantava batata, cenoura, feijão, tomate, alho, cebola, itens do dia a dia do brasileiro, da nossa cesta básica. Toda a produção e equipamentos foram inteiramente destruídos num ato deplorável de bandidos e não de protestantes”. Segundo a senadora, os prejuízos causados são estimados em cerca de R$ 600 milhões.
O deputado Jerônimo Goergen (PP/RS), também membro da FPA, encaminhou um ofício ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, no qual solicita urgência na tomada de medidas cabíveis no âmbito judicial sobre o caso. Para ele, foi um ataque inaceitável ao direito de propriedade. “O ato independe de qualquer insatisfação, razão ou protesto. É inadmissível. Foi destruído o trabalho digno de uma produção que gera desenvolvimento e inúmeros benefícios à sociedade e ao País”, ressaltou o deputado.
Entenda o caso
Na última quinta-feira (2), uma fazenda situada no município de Correntina, oeste da Bahia, foi invadida por um grupo de cerca de 500 pessoas que realizava um protesto contra a retirada da água do rio Arrojado, próximo à região, por parte da empresa Igarashi, dona da propriedade, para irrigar sua produção agrícola. Os participantes do protesto reivindicavam a preservação do rio e afirmavam estar com falta de água na região.
Imagens foram feitas e divulgadas pela empresa dona da fazenda. Postes de rede de energia foram derrubados, galpões incendiados, assim como o maquinário da propriedade (tratores e implementos agrícolas). A polícia local já foi acionada e começou as investigações. O governador do Estado da Bahia, Rui Costa, determinou nessa segunda-feira (6) que o fato seja apurado e determinou reforço policial na região.
Cecília Melo