Depois de uma pandemia que impactou fortemente e economia mundial, e ainda sob as ameaças da guerra no Leste Europeu, entre Rússia e Ucrânia, o aumento da oferta de produtos agrícolas se torna fundamental para combater a inflação global sobre os alimentos e também a fome.
O Brasil – que infelizmente voltou ao mapa da fome –, tem plenas condições de aumentar a produção de alimentos e de contribuir para acabar com fome, aqui e nos países que ainda enfrentam esse flagelo.
Não é por acaso que o AGRO se tornou um tema central nas eleições deste ano. E não poderia ser diferente: o povo conhece bem a importância da agricultura, que representa 23% de nosso PIB, gera 20% dos empregos e já forma mais de 48% das nossas exportações, contribuindo para o saldo positivo de nossa balança comercial.
É por isso que temos que discutir sim a política agrícola deste governo, dos anteriores e dos próximos governos, para que possamos preservar aquilo que forma o capital mais importante na economia moderna, que são a segurança e a previsibilidade.
O Brasil deu um salto muito grande na sua produção agropecuária nos últimos 30 anos, e, cada governo deu sua parcela de contribuição. O Plano Safra, por exemplo, que se tornou o principal mecanismo de acesso ao crédito do agronegócio, foi criado em 2003 e continua sendo atualizado todos os anos, com volume crescente de recursos, e suas políticas incluem a organização econômica das famílias, assistência técnica, sustentabilidade e muito mais.
O Plano Safra 2022/2023 está disponibilizando R$ 341 bilhões aos produtores brasileiros, 36% a mais do que na safra anterior.
Foi o Plano Safra que possibilitou um aumento de quase 500% na produção de soja no Brasil nos últimos 30 anos. Saltamos de 20 milhões de toneladas em 1990 para 120 milhões em 2020.
Outros programas importantes para a agricultura familiar, criados há 20 anos, poderiam ter sido fortalecidos, como o PAA – Programa de Aquisição de Alimentos e o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar. Infelizmente, sofreram cortes gigantescos no repasse de recursos nos últimos anos.
Cito esses exemplos para dizer que um governo não pode desfazer o que o anterior construiu, mas deve sim aperfeiçoar, modernizar os mecanismos de gestão e controle que possibilitem mais agilidade nos serviços públicos; nos licenciamentos ambientais; na pesquisa; no desenvolvimento da ciência e da tecnologia aplicadas ao campo; no registro de produtos e fertilizantes, enfim, naquilo que vai contribuir para o desenvolvimento do setor e para o crescimento de nossa economia.
São por essas pautas trabalhamos e vamos continuar trabalhando, independente da disputa eleitoral e de qual seja o próximo governo. Vamos continuar trabalhando para que tenhamos a agricultura mais forte, moderna e sustentável do Planeta. O AGRO não é partido político. Está acima de qualquer partido e é maior que uma disputa eleitoral. É o carro chefe de nossa economia e precisa ser tratado com respeito e seriedade. Quem já trabalhou pelo AGRO merece respeito e reconhecimento. Vamos continuar trabalhando por avanços e não podemos permitir retrocessos.
Senador Acir Gurgacz – presidente da Comissão de Agricultura do Senado