Produzir alimentos em equilíbrio com a preservação ambiental, sem dúvida, é o grande desafio que reuniu quase 200 nações na COP26 (Conferência Mundial do Clima), na cidade de Glasgow, na Escócia.
O ponto central dos debates e negociações das responsabilidades comuns foi o que cada país levou na bagagem de ambição e propostas para reduzir a emissão dos gases de efeito estufa, que vem elevando a temperatura da terra e ameaça a vida humana no planeta.
Nesta linha, cada país desembarcou sabendo sua classificação, mesmo que não concordasse: se estava no grupo dos que começaram a emitir gases de efeito estufa já no início da Revolução Industrial, o peso no uso das energias não renováveis, e assim por diante. Mais que assinar metas e compromissos, a regra é deixar claro as estratégias e recursos para evitar que a temperatura do planeta continue subindo.
Da COP 25 para 26 pude testemunhar que as grandes corporações do mercado sentiram no bolso, ou melhor no caixa, os prejuízos das catástrofes ambientais mundo a fora. E o cidadão, o comprador, cada vez mais impõe a lei de consumir produtos ambientalmente sustentáveis e socialmente justos.
Os governos, especialmente o do Brasil, cedeu a intensidade das posturas contundentes destes 2 segmentos. E no evento, da juventude aos mais vividos, em torno de 12 mil pessoas por dia, formou-se um vulcão em ebulição no campo das ideias, propostas e principalmente, cobrando consciência de cada um e daqueles que os representam.
Com certeza os livros de história terão daqui para a frente uma página marcante do compromisso em reduzir gradativamente a utilização do carvão mineral e combustíveis fosseis. A bioeconomia, a economia do futuro que já chegou, é para nós brasileiros a oportunidade ou a necessidade em mudar a visão de que a floresta nativa de pé é mais rentável para vida e economia.
O governo brasileiro, que ao invés de somente fiscalizar e multar os produtores rurais, deveria premiar aqueles ecologicamente corretos para assegurar a preservação do meio ambiente. Fazendo que a floresta deixe de ser vista como lavoura, com mais investimentos em pesquisa, assistência técnica e extensão rural.
E foi neste campo verde para prosperidade que participei com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a Universidade de Strathclyde, os governos de Minas Gerais, Pará, Roraima, Acre, Rondônia, o Congresso Brasileiro, investidores e sociedade civil, apresentando o projeto Selo Agro Verde (íntegra– 168KB), que assegura mercado e melhor preço ao pecuarista que preserva o meio ambiente, não queima e nem desmata ilegalmente.
E cumprindo a missão de cidadão e de parlamentar, levei na bagagem outro projeto – Patrimônio Verde (íntegra – 213KB). Neste, a floresta não precisa ser derrubada para virar lavoura; o maciço florestal é transformado na moeda do futuro, como títulos verdes.
Já ficou acertado durante encontro com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, na COP26, que apresentarei os projetos à equipe técnica para implementação em Minas.
Na bagagem de volta, trouxe novos saberes e grande expectativa de que os países ricos efetivem um fundo para ajudar países em desenvolvimento e especialmente, os mais pobres, com recursos para implementação de políticas públicas para a sustentabilidade do planeta.
E que o Brasil, no campo da política, crie condições concretas para cumprir o que se comprometeu com o mundo, em nome dos mais de 200 milhões de passageiros do país. Também dos mais de 7 bilhões, desta nave azul ou planeta água, que precisa do comprometimento de cada um de nós, para ser a nave verde ou planeta verde, em benefício da vida.
Deputado Federal Zé Silva (Solidariedade-MG)
Artigo publicado originalmente no portal Poder360: https://bit.ly/3cKI0FI