A Frente Parlamentar da Agropecuária realizou, nesta segunda-feira (3) debate sobre a cadeia produtiva do leite, no âmbito das políticas de garantia de renda para o setor. A live foi mediada pela deputada federal Aline Sleutjes (PSL-PR) e contou com a participação do diretor técnico da Emater-MG, Feliciano Nogueira; do diretor técnico da Embrapa-MG, Paulo Martins; do subsecretário de Política Agrícola do Ministério da Economia, Rogério Boueri; do representante do Ministério da Cidadania, Ênio Marques; do representante do Ministério da Agricultura, Márcio Madalena; e do representante da Câmara Setorial do Leite, Roneil Volpi.
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A deputada Aline Sleutjes abriu o debate enfatizando a relevância da cadeia leiteira para economia do Brasil. “Estamos tratando de um produto extremamente importante, que emprega até 20 milhões de famílias direta e indiretamente e que tem trazido tantas inovações durante todos esse anos”, ressaltou a parlamentar.
Rogério Boueri complementou a fala da deputada, ao dizer que “é uma cadeia importante em termos de número de empregos e que tem uma abrangência nacional”. O subsecretário de Política Agrícola do Ministério da Economia disse que o intuito é tentar achar soluções para melhorar o funcionamento econômico da cadeia leiteira.
“Estamos estudando quais medidas podemos adotar que possam incentivar a precificação antecipada. Apoiamos também o Mapa na questão da assistência técnica e extensão rural e acreditamos que essa é a chave para produtividade”, declarou o subsecretário.
Para Paulo Martins a cadeia produtiva mais complexa é a de leite. “É necessária assistência técnica e precisamos fazer com que o processo de transformação tecnológica permita que os produtores saiam da situação em que se encontram”, afirmou o diretor técnico da Embrapa-MG.
Martins disse ainda que a tecnologia gerada não garante futuro para o resto da vida. “Precisamos estar permanentemente nos atualizando e não adianta ter estoque de tecnologia se ela não chega ao produtor”, completou.
Márcio Madalena citou problemas que existem ainda da porteira para dentro. “Infelizmente não são todos os produtores que sabem calcular o seu custo de produção, temos dificuldade de profissionalização em alguns ramos do setor leiteiro que pesam no processo”, esclareceu o representante do Ministério da Agricultura.
Márcio entende ser necessário trabalhar o cooperativismo “não só como organização econômica e social, mas como grande ferramenta para o produtor de leite”. A deputada Sleutjes complementou ao dizer que “nós sabemos que o cobertor é curto, que o governo não tem como abarcar e dar conta de tudo. Precisamos elencar as prioridades”.
Representante do Ministério da Cidadania, Ênio Marques informou que existe uma série de ações no sentido de criar uma rota de saída aos produtores “com microcrédito, ações de economia solidária, até um redesenho no suporte a qualificação de pessoas para auxiliar neste processo de apoio ao produtor rural, inclusive na cadeia produtiva do leite”.
Feliciano Nogueira, da Emater-MG, entende como essencial a assistência técnica e extensão rural aos agricultores familiares que tenham na atividade leiteira o seu ganha pão. “Na Emater-MG temos uma agenda estratégica para a bovinocultura leiteira, em que trabalhamos todas as nuances dentro da propriedade, especialmente com agricultores familiares”, contou Nogueira.
“Trabalhamos também a profissionalização e gestão com os produtores”, disse Feliciano Nogueira, que complementou com um pedido: “Precisamos fortalecer a Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural).”