Por Alceu Moreira*
O desenvolvimento do agronegócio do Brasil nos últimos 20 anos é fantástico e por que não dizer, assustador pelos níveis tecnológicos que atingiu. No período, o agro brasileiro exportou US$1,23 trilhão, movimentando a economia e permitindo a distribuição de renda e inclusão social.
O país tornou-se exportador de alimentos e sua produção alimenta hoje mais de 1,5 bilhão de pessoas mundo afora. O contínuo crescimento da classe média e da renda, sobretudo nos países asiáticos, amplia anualmente a demanda por alimentos. E quem a atenderá? Certamente o Brasil.
Em 2016 produzimos 230 milhões de toneladas de grãos, 35 milhões de toneladas de tubérculos (como mandioca, batata e inhame), 40 milhões de toneladas de frutas, sendo 7 milhões de toneladas de bananas e 19 milhões de toneladas de citros. A cada ano, produzimos mais uva, abacate, goiaba, abacaxi, melancia, maçã, coco, melão, pêssego, morango, nectarinas e ameixa.
As nossas frutas juntam-se ainda a 10 milhões de toneladas de hortaliças produzidas em 800 mil hectares. Completa esta produção, cerca de 1 milhão de toneladas de castanhas e amêndoas, além dos óleos comestíveis da palma ao girassol. A partir da cana de açúcar, o país produz 34 milhões de toneladas de açúcar.
O Brasil em 2016 abateu cerca de 36 milhões de cabeças de gado, 37 milhões de suínos, 3,2 milhões de ovinos e caprinos, cerca de 6 bilhões de aves e industrializou 338 mil toneladas de peixes e pescados. Também foram asseguradas a produção de 35 bilhões de litros de leite no último ano, mais de 4 bilhões de dúzias de ovos e 38 milhões de toneladas de mel.
Da Amazônia ao Pampa Gaúcho, somos um país do agronegócio fantástico, ocupando apenas 7,8% do nosso território. Um trabalho movido por homens e mulheres com vocação rural, que amam o que fazem e abriram novas fronteiras agrícolas. Nesse cenário não existe mais espaço para o “coitadismo”. Nosso pequeno proprietário rural integrado em inúmeras cadeias produtivas é na verdade um grande produtor que faz parte de todo o contexto. Existe espaço para mais crescimento e para isso é necessário retirar todas as amarras ideológicas do pequeno proprietário.
Acabar de vez com a oposição entre a “agricultura familiar” e a “agricultura patronal” fará bem ao país e alavancará ainda mais o setor. Exemplos não faltam de pequenos proprietários que são grandes produtores rurais. No mundo competitivo, os pequenos que incorporaram tecnologias e inovações aos seus negócios, estando integrados e conectados aos mercados mais competitivos, tornaram-se grandes produtores. É o que queremos cada vez mais.
* Deputado federal e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária