Em carta aberta, enviada nesta terça-feira (31) aos senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores, o deputado federal Evair de Melo (PV-ES) está convocando todos para que se unam e se manifestem contra a possibilidade de importação de café verde, conforme está sinalizando o Governo Federal por meio do Ministério da Agricultura.
Segundo o deputado, importar café do Vietnã, Etiópia ou Peru é submeter os produtores brasileiros a uma concorrência desleal, ao mesmo tempo em que se colocaria em risco o patrimônio genético nacional, construído em décadas sob o esforço constante dos órgãos públicos de pesquisa, ensino e extensão rural. “É necessário que todos aqueles que são ligados ao café e que governam Municípios, que possuem na atividade cafeeira uma parte relevante de sua economia, unam-se a fim de marcar nossa posição contra a importação de café. Pela valorização do campo, do produtor rural, da cafeicultura e de tudo que estes simbolizam para o Brasil”, disse o deputado.
A pressão pela importação do produto é exercida pelas indústrias que alegam não haver estoque suficiente de café Conilon para abastecer o mercado. Entretanto, em recente levantamento feito pelos produtores, existem cerca de 4,5 milhões de sacas que podem ser comercializadas, mas a indústria não está comprando.
“As indústrias, atraídas pelos baixos preços oferecidos pelos produtores estrangeiros, fazem-se de cegas diante do risco a que está sendo exposta a cafeicultura brasileira, caso seja aprovada a importação de café. Importar café, iludidos pela fantasia de preços inferiores, expõe nosso parque cafeeiro a pragas quarentenárias dessas regiões que já são erradicadas ou completamente desconhecidas por aqui, tornando então, as nossas plantas vulneráveis e arriscando a dispersão de uma praga capaz de comprometer a produção cafeeira do Brasil”, afirmou o deputado.
Evair de Melo, junto com o setor produtivo, tem lutado constantemente na defesa dos produtores e da produção do café nacional e, de certa forma, obteve vitórias importantes ao conseguirem adiar, suspender e até mesmo cancelar as ameaças de liberação da importação de café que foram surgindo. Do outro lado, as indústrias e os grandes traders continuam insistindo na meta de importar café, realizando uma espécie de dumping reverso, obrigando o produtor brasileiro a forçar para baixo seu preço. “Diante da situação delicadíssima situação em que nos encontramos, convido a todos que se manifestem junto aos órgãos municipais, estaduais, ao Governo Federal e ao Brasil, mostrando a nossa insatisfação generalizada e o nosso posicionamento contrário à importação de café”, finalizou o deputado