Presidida pelo deputado Marcos Montes, reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária com o presidente da Câmara aconteceu em clima de revolta
Um dia após anunciar cortes de gastos, adiamento de reajustes para o funcionalismo federal, cancelamento de concursos e aumentos de impostos, incluindo a volta da CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras, o governo Dilma Rousseff (PT) esbarrou em reações contundentes na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), principalmente no que diz respeito ao chamado imposto sobre os cheques.
“Não vamos aceitar mais impostos” – disse o presidente da FPA, deputado federal Marcos Montes (PSD/MG), repercutindo o posicionamento de mais de 40 parlamentares que participaram de almoço, na sede do colegiado, com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ).
A entidade, que representa cerca de 240 políticos – entre deputados federais e senadores, recebeu o presidente da Câmara neste 15 de novembro, terça-feira, para apresentar uma lista de demandas relacionadas a projetos de interesse do setor que estão tramitando na Casa. Foi um dos maiores quóruns na FPA este ano.
Entre os assuntos apontados na relação de demandas estão a demarcação de terras indígenas; a indenização de possuidores de títulos de áreas declaradas como indígenas e homologadas a partir de 5 de outubro de 2013; o projeto que fixa critérios de aquisição de áreas rurais e suas utilizações por pessoas físicas e jurídicas estrangeiras; a recuperação judicial ao produtor rural pessoa física; e matéria que dispõe sobre os contratos de integração e as relações contratuais entre produtores integrados e integradores.
MEDIDAS – “A primeira reunião da FPA após o anúncio das medidas do governo expôs um sentimento de repulsa a novos impostos e à volta da CPMF” – disse Marcos Montes.
“Não suportamos mais essa carga tributária tão alta no país” – desabafou ele, ressaltando que os trabalhadores do campo – empresários e empregados, têm trabalhado ao longo de 2015 para ajudar na governabilidade do Brasil, apoiando matérias importantes para o agronegócio.
Entretanto, segundo ele, em relação a aumento de tributos “é uma coisa desmedida que não tem o apoio da Frente”.
Marcos Montes lembrou que o agronegócio é a área da economia que vem sustentando o difícil momento que o país atravessa. E especificamente sobre os cortes relativos ao setor agropecuário, impostos pelo pacote de medidas, o presidente da FPA antecipou que o governo será procurado pela Frente para falar sobre o assunto.
(Colaboração e fotos: Assessoria Frente Parlamentar da Agropecuária)