fbpx
  • Ir para FPA
Agência FPA
No Result
View All Result
  • Início
  • Notícias
  • Fotos
  • Contato
  • Cadastre seu e-mail
Agência FPA
  • Início
  • Notícias
  • Fotos
  • Contato
  • Cadastre seu e-mail
No Result
View All Result
Agência FPA
No Result
View All Result

Desmatamento sim

FPA por FPA
25 de setembro de 2014
em Artigos
0

O título desta coluna tem dois objetivos. O primeiro, óbvio, é o de criar polêmica, chamar a atenção e fazer com que o leitor chegue até aqui. O segundo é mostrar que mesmo uma frase verdadeira pode estar repleta de imprecisões. Quem se contentou com o título, como fazem 80% das pessoas, achará que o cara que escreve sobre Economia Verde enlouqueceu e está defendendo o desmatamento.

Não deixa de ser verdade. Mas não é toda a verdade. Os meus amigos ambientalistas, cada vez mais raros, sabem que não tenho nenhum apreço pelo slogan “Desmatamento Zero”, que virou bandeira de algumas ONGs. Ele funciona como frase de efeito, peça de marketing e fica bem nos cartazes. Mas não é viável. E, principalmente, não é inteligente. Contraria as noções mais básicas do bom senso.

O mesmo vale para esse bate-boca entre Dilma e Marina sobre quem desmatou menos ou quem cuidou mais das plantinhas. Nada mais é do que um novo movimento em direção à infantilização da campanha. Fulano é mauzinho e sicrana é boazinha. Uma se esqueceu de guardar os brinquedos e deixou o quarto bagunçado. A outra não fez todos os deveres de casa, nem comeu os legumes.

O fato é que o desmatamento na Amazônia caiu 79% nos últimos dez anos. Chegamos a desmatar 29 mil km² de floresta em 1995 e 27 mil km², em 2004. Hoje, estamos em 5.891 km². E isso não aconteceu porque Lula e Dilma são legais e estavam particularmente preocupados com o tema. Não estavam. Essa nem é a praia deles. É claro que eles também têm mérito, mas houve uma conjunção de fatores: pressão internacional, atuação do ministério público, mobilização de empresas, oportunidade política e até vergonha na cara. Não dava para continuar daquele jeito.

É fato também que o desmatamento cresceu 29% entre 2012 e 2013. Uns vão dizer que esse é um ponto fora da curva. Outros, que perdemos o controle. Mas é difícil acreditar que voltaremos a 2004. Estamos mais perto da meta de 3.900 km² do que dos 27 mil km². E foi mais fácil chegar até aqui do que será alcançar o objetivo proposto. O desafio agora envolve questões imobiliárias, pequenos proprietários e assentamentos de sem-terra. Precisamos de operações mais inteligentes do Ibama e da Polícia Federal e de ações sociais que encontrem alternativas para essas famílias.

Além disso, temos os desmatamentos necessários. E eles não se concentram apenas na Amazônia. Podem acontecer em Ipanema, por exemplo, onde um grupo de moradores tentou cancelar a obra do metrô para que as árvores da Praça Nossa Senhora da Paz fossem preservadas. A construção segue em frente. Algumas árvores foram derrubadas, outras transferidas ou replantadas. Ao final, se o combinado for cumprido, teremos mais mobilidade urbana e mais árvores do que antes.

Se o tal “Desmatamento Zero” estivesse implantado, com a força de uma lei ou de um acordo internacional, isso não seria possível. O futebol é rico em histórias de jogos memoráveis que terminaram 2 a 2 ou 3 a 3. Mas é raro alguém falar sobre a partida sensacional que ficou no 0 a 0. Tudo que é radical e absoluto tende a dar errado. Há alguns anos, o governo decidiu que não faria mais usinas hidrelétricas com grandes reservatórios. Todas seriam a fio d`água, usando a vazão do próprio rio.

Hoje, se algumas dessas usinas tivessem reservatórios, talvez os problemas de abastecimento e os riscos de racionamento fossem menores. Certas áreas da Amazônia, com floresta densa e mata nativa, não podem receber obras de infraestrutura. É um absurdo. O governante deveria ser preso só por pensar nisso. Mas em outras partes podem caber centrais elétricas pequenas, usinas a fio d`água e até reservatórios. Cada caso é um caso. Também não é possível condenar estados pobres como o Maranhão e o Piauí a um flagelo eterno. A sustentabilidade ambiental precisa vir acompanhada da econômica e da social. O Brasil é um país grande, abençoado, onde é possível investir em produção e preservação ao mesmo tempo.

Só o Código Florestal prevê o replantio de 20 milhões de hectares de florestas. A pecuária, que hoje ocupa 200 milhões de hectares, pode ser mais eficiente e liberar cerca de 60 milhões de hectares para a agricultura e para o plantio de florestas. A Amazônia possui 75 milhões de hectares de áreas já degradadas que podem seguir o mesmo caminho. Em lugar do desmatamento zero teríamos o desmatamento mínimo e o plantio máximo de florestas. Muda o placar. Sai o 0 a 0 chato e entra, quem sabe, um incontestável 7 a 1 a favor do desenvolvimento sustentável.

*Agostinho Vieira 

Publicado no Jornal O Globo, na coluna “Economia Verde”, na edição de 25 de setembro de 2014

Publicação anterior

Bancada ruralista no Congresso deve crescer mais na próxima legislatura

Próxima publicação

Uma agenda para o agronegócio

Próxima publicação

Uma agenda para o agronegócio

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

14 − = 12

No Result
View All Result

Participe de nosso Canal

Receba notícias no Telegram

Revista FPA 2021/2022

Últimas do Twitter

Frente Parlamentar da Agropecuária Follow

fpagropecuaria
fpagropecuaria Frente Parlamentar da Agropecuária @fpagropecuaria ·
23h

O presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (@davialcolumbre), falou agora há pouco, de forma contundente, sobre atitude do governo de aumentar o IOF sem dialogar com o parlamento.

Confira!

Reply on Twitter 1927873884889456706 Retweet on Twitter 1927873884889456706 15 Like on Twitter 1927873884889456706 92 Twitter 1927873884889456706
fpagropecuaria Frente Parlamentar da Agropecuária @fpagropecuaria ·
24h

▶️ Confira:

📺 Lupion sobre IOF: "É preciso que o Governo repense e seja responsável com as contas públicas"

Em entrevista ao vivo na CNN Brasil, o deputado Pedro Lupion (@pedro_lupion), presidente da FPA, reafirmou a posição contrária ao aumento do IOF.…

Reply on Twitter 1927854477945545156 Retweet on Twitter 1927854477945545156 Like on Twitter 1927854477945545156 3 Twitter 1927854477945545156
Load More

RSS Últimas notícias

  • Zequinha Marinho promove debate sobre o Plano Safra 2025/2026 e cobra segurança para o produtor
  • Senado aprova PDL que suspende decretos de demarcação de terras indígenas em Santa Catarina
  • Coalizão de Frentes Parlamentares se une para revogar decreto que aumenta IOF
  • FPA cobra soluções do governo para socorrer produtores rurais do Rio Grande do Sul
  • FPA e FPE mobilizam base parlamentar e setores produtivos para garantir segurança jurídica e ampliar o financiamento ao agro e ao mercado imobiliário
  • Endividamento de produtores gaúchos preocupa senadores da FPA
  • Coalizão de frentes parlamentares lança manifesto contra o Decreto do IOF
  • Manifesto – Em apoiamento ao PDL 214/2025 que susta os efeitos do Decreto 12.466, de 22 maio de 2025
  • CVM amplia acesso de cooperativas ao FIAGRO e fortalece financiamento do agronegócio
  • Crédito do FNO será ampliado para agricultores familiares com posse reconhecida pelo INCRA
  • Início
  • Notícias
  • Contato
  • Cadastre seu e-mail
  • Política de privacidade

Site desenvolvido pela Pressy © 2021
Pressy Comunicação e Tecnologia

No Result
View All Result
  • Início
  • Notícias
  • Cadastre seu e-mail
  • Contato
  • Fotos
  • Ir para FPA

Site desenvolvido pela Pressy © 2021
Pressy Comunicação e Tecnologia

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência neste site. Ao fechar esta mensagem sem modificar as definições do seu navegador, você concorda com a utilização deles. Saiba mais sobre cookies e nossa política de privacidade.
Configuração de CookiesAceitar
Manage consent

Visão geral de privacidade

Este site usa cookies para melhorar sua experiência enquanto você navega pelo site. Destes, os cookies categorizados conforme necessário são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para o funcionamento das funcionalidades básicas do site. Também usamos cookies de terceiros que nos ajudam a analisar e entender como você usa este site. Estes cookies serão armazenados no seu navegador apenas com o seu consentimento. Você também tem a opção de desativar esses cookies. Mas a desativação de alguns desses cookies pode afetar sua experiência de navegação.
Necessários
Sempre ativado
Os cookies necessários são absolutamente essenciais para o bom funcionamento do site. Esta categoria inclui apenas cookies que garantem funcionalidades básicas e recursos de segurança do site. Esses cookies não armazenam nenhuma informação pessoal.
Não Necessários
Quaisquer cookies que podem não ser particularmente necessários para o funcionamento do site e são usados ​​especificamente para coletar dados pessoais do usuário por meio de análises, anúncios e outros conteúdos incorporados são denominados cookies não necessários. É obrigatório obter o consentimento do usuário antes de executar esses cookies em seu site.
SALVAR E ACEITAR