Lideranças partidárias se reuniram na manhã desta segunda-feira (29) na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande) para discutir os conflitos entre produtores rurais e os indígenas e possíveis soluções para o problema que durante muitos anos preocupa a classe produtiva de Mato Grosso do Sul, considerada uma das maiores e mais potentes classes produtivas do país, forte no agronegócio.
O encontro foi organizado pelo Deputado Federal, Carlos Marun (PMDB) e contou com a presença de prefeitos, integrantes da bancada federal, vereadores, deputados estaduais e produtores rurais de várias regiões do Estado.
Marun comentou sobre o conflito e lamentou a falta de apoio do governo federal na questão indígena. “Vamos discutir sobre esse problema que vem se alongando por muito tempo. Existe uma falta de incentivo do governo federal e isso é fato e isso não está dando resultado algum. Temos hoje produtores insatisfeitos, indígenas também de um lado como sabemos que existem todos os problemas mas principalmente nada evolui, não saímos do lugar. É preciso que algo seja feito e estamos aqui para ouvir e tentar auxiliar num processo que chegue a algum entendimento, não podemos ficar parados, temos que agir pois o Mato Grosso do Sul precisa andar, precisa resolver”, argumenta Marun.
O produtor Rural Aguinaldo Ribeiro de Coronel Sapucaia manifestou insatisfação com o dilema entre índios e produtores e afirmou que o produtor rural não quer violência, mas sim, que resolvam as questões burocráticas sobre a demarcação de terras. “Nós não queremos guerra com os indígenas, não adianta ter políticos aqui, prometerem e não cumprirem. Tinha empregados na minha fazenda e eles foram embora com medo de sofrerem agressões, isso não dá mais para agüentar. Também não sou contra os políticos, temos que ter atitudes políticas, estamos vivendo um momento de terror e temos que resolver isso agora”, destaca o produtor.
A Deputada Federal, Tereza Cristina (PSB) cobra celeridade do poder executivo na questão de conflitos entre produtores e indígenas.“Eu como secretária acompanhei de perto durante oito anos todo esse problema. Participei de todas as mesas de negociação e o que a gente entende é que falta vontade do poder executivo de resolver a questão. Quando se quer começar a discutir o assunto o processo começa aqui pelo Estado, existe uma vontade enorme dos produtores resolverem a questão, mas é importante que a ajuda venha principalmente do executivo, e com pressa, com rapidez por que a situação está ficando cada vez mais preocupante”, diz a deputada.
O deputado Federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) também esteve presente e falou que o problema vem de longa data. “Os problemas são antigos, não tem muito avanço na questão da indenização por que existe uma questão ideológica a respeito desse assunto. O que nós vemos nesse momento é o PT tentando se aproximar dos movimentos sociais e isso colocará índio contra fazendeiro, fazendeiro contra índio, então as coisas ficam complicadas. Não é com conflito que se faz política e sim com diálogo, acredito que é isso que as pessoas querem aqui hoje, sem conflitos e mais soluções”, afirma Mandetta.