A produção de algodão foge da questão alimentícia e está mais ligada à indústria. Além de protagonista na fabricação de tecidos utilizados em todo o planeta, o algodão é um grande negócio, que movimenta mundialmente cerca de 12 bilhões de dólares por ano. Para atender a esse consumo interno e também ao mundial, que não para de crescer, o Brasil tem se especializado em produzir mais algodão, sem precisar abrir novas áreas.
Hoje, o país é o quarto maior produtor de algodão do mundo e o segundo exportador mundial, e é reconhecido tanto pelo volume quanto pela qualidade do seu algodão. Somente na safra 2021/22, Mato Grosso e Bahia foram responsáveis por 91% da produção nacional da cultura.
Segundo o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), quando se pensa no agro, pensa-se logo em gênero alimentício, mas a parte disso existe uma cadeia produtiva que dá muito orgulho ao agro brasileiro, que é o algodão. “Rapidamente, mesmo começando tímido ele foi ganhando com pesquisa, tecnologia, inovação, manejo adequado, qualidade de fibra e ganho de mercado. Logo nos transformamos em um player mundial, nós somos, na verdade, um produto cobiçado por grande parte do mundo.”
De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o algodão brasileiro é cultivado em dez estados brasileiros, majoritariamente no bioma cerrado, e exportado para o Oriente – mais de 95%, embora parte da produção também siga para alguns países da Europa, África e América. Cerca de 65% do algodão no Brasil é plantado como segunda safra, entre os cultivos de soja e milho. É por isso que as maiores colheitas ocorrem em regiões de predomínio dessas culturas, como Mato Grosso, Goiás e Bahia.
Desde 2011, o Brasil se tornou autossuficiente na produção, aproximadamente uma década após a migração da cotonicultura (cultura do algodão) nacional em sua quase totalidade para o cerrado. A indústria nacional consome aproximadamente 800 mil toneladas de pluma por ano, e como a produção brasileira excede, em muito, essa demanda, o restante é exportado.
Fazendas de algodão adotaram o modelo de rotação de culturas e abandonaram a monocultura. Assim, o cultivo integra uma matriz diversificada e em geral é formada pela cultura de soja, milho e algodão. Esse sistema permitiu que o Brasil se destacasse no mundo com o uso racional do solo e uma fluidez na ocupação da área destinada a cada lavoura.
Ainda de acordo com levantamento da Abrapa, a produção de algodão gera mais de US$ 19 bilhões ao PIB do Brasil e é a segunda cadeia produtiva que mais gera empregos no país, da produção até a industrialização, empregando mais de 79 mil pessoas no processo de produção.
O deputado Alceu Moreira acrescenta ainda que “temos um futuro brilhante, temos domínio sobre essa lavoura e ela está em franca evolução, expansão, competitividade e qualidade. Vamos continuar na luta, o algodão é com certeza motivo de orgulho ao agro brasileiro, uma conquista que orgulha a todos nós,” finalizou.
Expectativa 2022/2023
De acordo com análise da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), há um cenário de aumento de área, produtividade e acréscimo na produção. As previsões para a safra indicam uma colheita de aproximadamente 2,92 milhões de toneladas da pluma. Porém, não devem ser descartadas incertezas do cenário econômico mundial que podem restringir o crescimento da produção.
Sustentabilidade
A cotonicultura no Brasil conta com um programa que estabelece e atesta as práticas sustentáveis (ambientais, sociais e econômicas), o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que opera em benchmarking com a Better Cotton Initiative (BCI).
O programa Algodão Brasileiro Responsável possui 178 itens no protocolo para fazendas e 170 itens no protocolo para algodoeiras contemplando os principais requisitos sociais, ambientais, econômicos e de boas práticas agrícolas. Atualmente 81% da produção nacional de algodão é certificada.
Vale destacar que os tecidos 100% algodão são totalmente biodegradáveis e recicláveis, e hoje grande parte das indústrias têxteis e de confecção tem programas internos de reaproveitar em suas fábricas cada centímetro de pano.
Da porteira para fora
Segundo a Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit), em 2021 a indústria têxtil e de confecção teve faturamento estimado de R$ 194 bilhões. Comparando com 2020, a produção de têxteis aumentou 12,1% e das confecções 15,1%. De acordo com dados do CAGED, o setor gerou 74 mil postos formais de trabalho em 2021.
Sou de Algodão
O Sou de Algodão, criado em 2016, é a primeira iniciativa em larga escala na indústria têxtil brasileira para estimular a moda responsável. De iniciativa da Abrapa, o movimento tem foco na integração e rastreabilidade dos elos da cadeia do algodão, incluindo produtores, indústria têxtil, confecções, influenciadores de moda, universidades e consumidores. A ideia é divulgar informações sobre a qualidade da fibra do algodão, desde os benefícios para quem usa até os impactos positivos que gera na economia e no desenvolvimento consciente da moda nacional.
Para obter as informações, acesse o site: https://soudealgodao.com.br/