Nas últimas semanas o Sri Lanka, país localizado no sul da Ásia, tem enfrentado graves problemas financeiros, e atravessa a pior crise desde sua independência com uma escassez grave de combustível, medicamentos e, principalmente, alimentos – devido a adoção de cultivo exclusivamente orgânico na produção.
O problema é tão complexo, que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) pretende implementar um “plano de crise para responder à emergência alimentar” e vai oferecer ajuda financeira ao setor agrícola do país.
A deputada federal, Aline Sleutjes (PROS-PR), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), chama a atenção para o tema e vê a mesma situação na Holanda. “Esses países colocaram determinações e normas que estabelecem plantações de forma unicamente orgânica, hoje estamos vendo o caos, pessoas passando fome e uma redução absurda na produtividade,” disse a deputada.
Aline Sleutjes explica que na Holanda, por exemplo, “os produtores em represália a uma decisão do governo de reduzir 30% da sua produção para diminuir a emissão de gases, pararam portos, tratores e colocaram fogo em fenos para chamar a atenção sobre a segurança alimentar.”
No Brasil, há mais de 20 anos se discute a modernização do uso de pesticidas nas lavouras. Contrários à proposta, ambientalistas criticam o uso de defensivos agrícolas no cultivo de alimentos, o que pode levar o Brasil a situação semelhante à do Sri Lanka.
A deputada ressaltou a importância de o Brasil enfrentar a pauta verde sem radicalismo. “Nós temos que ter uma consciência em relação a forma de produção com conceito ecológico, mas principalmente respeitando o ser humano.”