Com a articulação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o alho foi mantido na Lista de Execução da Tarifa Externa Comum do Mercosul (Letec), em decisão nesta sexta-feira (15). A cadeia estava sob o risco de ter o imposto de importação reduzido de 35% para 14%, além do consequente enfraquecimento da concorrência com produtos importados, especialmente vindos da China. Após conversas realizadas com parlamentares da FPA, o tema foi retirado da pauta da reunião de hoje do Comitê de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (GECEX).
Para o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), a manutenção do alho na Letec é um reforço à defesa comercial do produto nacional e livra o Brasil de uma concorrência desleal. “Foi uma decisão mais que acertada, além de manter o imposto de importação em 35% evitamos prejuízos para produtores e trabalhadores do setor em possíveis disputas comerciais com outros países”, explicou.
Sérgio Souza ainda acrescentou que a cadeia do alho está “completamente estruturada”, e que não é possível destruir uma cadeia que gera empregos e renda para o país. “É um custo de produção que chega a R$ 220 mil por hectare. Multiplica isso e veja o tamanho do volume de recursos que circula em uma cidade, em uma família. Isso vira uma economia positivamente, pois gera compra de tratores, produtos químicos, orgânicos e ajuda a desenvolver o Brasil e o setor”, concluiu.
Segundo o deputado federal Zé Vitor (PL-MG), coordenador Ambiental da FPA, a redução do imposto de importação de 35% para 14%, ameaçaria o emprego e a renda de todos que formam a cadeia do alho brasileiro. “A medida, além de não beneficiar os consumidores, causaria impactos graves para os agricultores. Evitamos uma desestruturação da cadeia e fortalecemos o nosso produto dentro do mercado”, afirmou. ”
O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Rafael Corsino, agradeceu o apoio político da FPA e garantiu que o trabalho continuará voltado para defender a produção nacional. De acordo com Rafael, a participação do alho na inflação é ínfima e “representa apenas 0,1% na composição do (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) IPCA”
“Por tudo que a cadeia do alho proporciona para o país seria injusta a nossa saída da Letec. No Brasil, são 40 mil estabelecimentos que cultivam alho, sendo 87% agricultores familiares e 5 mil famílias que vivem dessa produção. Além disso, nos últimos cinco anos, foram criados mais de 220 mil postos de trabalho diretos e indiretos”, finalizou.