A Câmara dos Deputados realizou, nesta terça-feira (26), uma Comissão Geral para discutir e propor ações e estratégias para o governo brasileiro apresentar na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-26), que ocorrerá em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro.
Para o deputado Zé Vitor (PL-MG), o evento é a possibilidade de enaltecer o trabalho que tem sido feito no Brasil e propor avanços na pesquisa e na tecnologia como forma de diminuir os problemas que ainda cercam o meio ambiente. O parlamentar ressalta, no entanto, que deve ser um momento de união. “Não podemos ir à COP-26 para atacar o governo, mas sim unidos a favor do Brasil. Iremos buscar de modo responsável atitudes que possam mudar a vida das pessoas e garantir um clima equilibrado. Somos uma potência verde e a COP tem tudo a ver com o Brasil”, explicou.
O parlamentar destacou o papel da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e acrescentou que “o Brasil será o grande ator da Conferência” e que será mostrada a realidade do país, que pune criminosos e trabalha pela conservação do meio ambiente. “A FPA, representada por seus parlamentares, é autora do projeto de lei sobre o Desmatamento Ilegal Zero, aprovou o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que remunera aqueles que preservam o meio ambiente, a regularização fundiária e foi a protagonista na discussão do Código Florestal. O recado é simples aos criminosos, terá punição. E ao povo do agro, gratidão”, concluiu.
De acordo com o deputado federal Zé Silva (SD-MG), membro da FPA, o Brasil precisa ter consciência que as conferências internacionais são espaços para negociar resultados e programas concretos para a obtenção de credibilidade junto ao resto do mundo. Segundo ele, pela relevância que o Brasil possui, a cobrança é ainda mais rigorosa. “Espera-se de nós uma produção de alimentos 40% maior para o futuro, com equilíbrio e sustentabilidade. Entregar um meio ambiente melhor com resultados positivos no campo e na cidade é um compromisso que deve ser firmado em Glasgow”, afirmou.
O parlamentar ressalta que as pautas a serem levadas possuem a robustez necessária para colocar o país como protagonista do evento, além de apresentar o Brasil como inovador em diversos segmentos. “Precisamos entrar na política de educar e premiar, isso é moderno e inteligente. Temos projetos como o Patrimônio Verde e o Mercado de Carbono. O futuro é agora e o Brasil tem musculatura para ser potência mundial”, garantiu.
No entendimento do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), é fundamental destacar o momento importante que o setor produtivo brasileiro vive e a atuação do parlamento em relação aos projetos aprovados que beneficiam o agro. “Quando conseguimos aprovar o pagamento por serviços ambientais (PSA) foi uma grande vitória e, agora, temos outro desafio que é pautar o PL 528/2021, que regulamenta o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), que sendo aprovado poderá ser apresentado na COP-26”, lembrou.
Os avanços e desafios também foram lembrados por Mário Campos, Presidente do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS). Apesar da evolução que ele julga necessária, as proposições que o Brasil levará ao evento são de extrema importância. Ele detalha, por exemplo, o Renovabio, que estabeleceu o primeiro mercado de crédito de carbono do país. “Almeja-se uma importante contribuição dos biocombustíveis na redução das emissões de gases de efeito estufa no país. Destacaremos ele na COP-26 e posso garantir que o Brasil será lembrado como o grande líder ambiental do evento”, disse.
Destacar o Brasil no cenário mundial também é a pretensão do vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Muni Lourenço Filho, embasado no que já foi realizado nos últimos três anos. “O grande ativo florestal brasileiro deve ser reconhecido na prestação de serviços ambientais para toda a humanidade. Os produtores brasileiros têm feito um grande esforço com a adoção de boas práticas agropecuárias e isso precisa ser lembrado por todos”, finalizou.