Preocupados com o material didático aplicado em escolas públicas e particulares, um grupo de pais de alunos fez levantamento de informações que estão sem fonte oficial ou dados científicos publicados nos livros. O grupo busca atualização do conteúdo por meio de uma visão científica, além da obrigatoriedade de inserir fatos e dados oficiais. Foi assim que nasceu a associação De olho no material escolar.
No levantamento realizado, os responsáveis pela associação constataram que muitas informações referenciadas no passado latifundiário da economia rural são aplicadas ao estudo da realidade atual. Além disso, segundo a associação generalizam-se situações particulares para toda a agropecuária, que geram graves erros de interpretação, em um país continental, cuja produção rural ocupa biomas distintos em regiões muito diferentes.
Há também, na visão da associação, um viés ideológico, em textos relacionados à reforma agrária, trabalho rural e aos povos indígenas, que podem induzir alunos a relacionar uma disputa entre agricultores e demais povos.
A demanda levada para a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), capitaneada pela deputada federal Aline Sleutjes (PSL-PR), membro da FPA e presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados, com a intenção de provocar um debate sobre a atualização de todo o material com foco na qualidade da informação.
A iniciativa, segundo a deputada Aline Sleutjes, visa valorizar o homem e a mulher do campo, subsidiar um ensino de qualidade, com informações coerentes, e ampliar as boas práticas e o desenvolvimento de conhecimento de qualidade. “Não podemos criar uma nova geração de brasileiros preconceituosos e acusadores, desconhecedores de uma pauta tão significativa para o Brasil e para o mundo”, disse.
De acordo com a parlamentar, desde o ano passado o projeto está sendo trabalhado junto ao Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério da Educação e a Associação De olho no material escolar, para que crianças e jovens possam conhecer o setor. “Estamos ajudando a promover o desenvolvimento do nosso Brasil e reverter essa imagem deturpada e errônea que as pessoas têm da agropecuária. Meu trabalho é em defesa do setor que move a economia do nosso país”, afirmou.
Em audiência realizada nessa quarta-feira (6) com os ministros Milton Ribeiro (Educação) e Tereza Cristina (Agricultura), a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e o presidente do Instituto Pensar Agro, Nilson Leitão, no Ministério da Educação, a associação De olho no material escolar” Letícia Jacintho e Andreia Bernabé, entregou o levantamento realizado.
“Mostrar uma nova era, social e tecnológica, o agro moderno, é a semente que ajudará as crianças a serem profissionais atentos às responsabilidades com a preservação do meio ambiente e os impactos sociais e ambientais causados pelos descuidos, provenientes, inclusive, da desinformação”, diz Letícia Jacintho, presidente do movimento. Ela enumerou projetos que estão em andamento com essa visão positiva como o “vivenciando a prática” e a biblioteca virtual para professores, além da aproximação com autores e editoras.
Bia Kics sugeriu que o debate seja realizado conjuntamente nas Comissões de Educação e da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados para que secretários de educação de todo o país, assim como editoras e autores possam fazer parte da discussão e avançar na qualidade do material distribuído para os estudantes brasileiros.