A utilização dos bioinsumos como alternativa para ampliar produtividade e sustentabilidade nas lavouras brasileiras foram tema de debate em live promovida nessa terça-feira, 22, pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em parceria com o Canal Rural. Um dos convidados, o deputado Zé Vítor (PL-MG) disse que os produtos biológicos têm sido um grande aliado no processo de aperfeiçoamento da produção agropecuária. Ele acredita que a bioeconomia deve chegar a US$ 400 bilhões nos próximos anos e vai ocupar um espaço maior no setor, apesar de não tomar completamente o mercado de produtos químicos.
“É uma boa alternativa. Lembrando sempre da competitividade que devemos ter. Qualquer ação no campo interfere diretamente no preço da cesta básica ou no orçamento familiar”, alertou. Dados da Croplife mostram que, em 2019, o mercado nacional de bioinsumos movimentou R$ 675 milhões, um crescimento da ordem de 15% em relação a 2018 e acima da média estimada de aumento em outros países.
O parlamentar, que é também coordenador da Comissão de Meio Ambiente da FPA, defendeu os produtos biológicos como mais um ganho de sustentabilidade na produção de alimentos. “Eles podem fazer parte de um grande pacote tecnológico para garantir essa competitividade do país no que diz respeito à produção e também garantir o que nós chamamos de sustentabilidade, que é o que a gente faz muito bem no campo”.
O presidente da Oceana Minerais Marinhos, Rafael Ughini Villarroel, tem a mesma percepção sobre esse mercado no Brasil. Ele vê um interesse maior pelos bioinsumos nas propriedades rurais. “Eles (produtores) têm um desafio cada vez maior de produzir mais de uma maneira sustentável”, afirmou. “É evidente que a entrega de resultados dessas linhas de bioinsumos tem feito o produtor adotar ainda mais”, acrescentou.
A redução dos custos e eficiência são algumas das questões que têm motivado a aplicação dos biosinsumos no país. É o que aponta o coordenador de Tecnologia da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Reginaldo Minaré. “Nós temos os fertilizantes, uma série de produtos de controle de pragas que o agricultor, aos poucos, está experimentando. A tecnologia vem mostrando uma ciência aceitável e um controle de custos mais favorável. É um produto mais amistoso com o meio ambiente”, esclareceu. Ele defendeu uma maior oferta desses produtos para o setor. “Melhor para o agricultor, para o Brasil e para o mundo, que precisa de alimentos”.
Para o CEO da Oceana Minerais Marinhos, o Programa Nacional de Bioinsumos, inciativa do Ministério da Agricultura recém-lançada para incentivar a produção e uso desses produtos no Brasil, veio no momento certo já que o Brasil tem o desafio de fornecer alimentos para sua população e para o mundo. “Bioinsumos não é algo do futuro, é algo do presente no Brasil e em outras partes do mundo. Essa iniciativa do governo é de vanguarda”, salientou.
Pauta verde
No debate, o deputado Zé Vítor destacou a iniciativa de um grupo de parlamentares que propôs a votação de uma pauta verde na Câmara Federal. Entre esses projetos estão o que cria um marco legal para o licenciamento ambiental, o que incentiva a emissão dos títulos verdes e o que agrava as penas para quem pratica o desmatamento ilegal. Por fim, segundo o parlamentar, uma proposta que trata de defensivos agrícolas e bioinsumos está sendo discutida no Ministério da Agricultura. “A gente considera ser importante e seria um gesto muito oportuno da Câmara, nós tratarmos desse assunto que tem tudo a ver com o momento que estamos vivendo”, concluiu.