A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) realizou, nesta quinta-feira (30), debate sobre a Conectividade Rural, com intuito de abordar a necessidade de modernização e inovação para o campo em todo Brasil.
O encontro foi mediado pelo deputado federal Zé Silva (SD-MG), que recebeu o também parlamentar Vinicius Poit (Novo-SP); o coordenador técnico do Instituto CNA, Joaci Medeiros; o presidente do Conselho da Telcomp, Tomas Fuchs; a gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Sinditelebrasil, Daniela Martins; o gerente de Relações Governamentais da Brasscom, Daniel T. Stivelberg; e o representante do Conselho da Conectar Agro, Jaime Oliveira.
Coordenador da comissão de Comunicação da FPA, deputado Zé Silva abriu a live explicando as formas que o conhecimento era passado no campo antigamente. “No início toda expertise era passada na vivência do dia a dia, agora nós temos o desafio da agricultura baseada na informação”, contou o parlamentar, que classificou o Brasil como uma potência internacional que “em 40 anos cresceu 70% da sua área e aumentou a produtividade em 250%”.
O deputado federal Vinícius Poit afirmou que o campo no Brasil é exemplo de eficiência para o mundo, mas alertou que essa eficiência é da porteira para dentro, “da porteira para fora ainda tem muito o que desenvolver, desde a logística, entrepostos e infraestrutura de conectividade”, disse o parlamentar.
Jaime Oliveira citou que muitos municípios brasileiros não tem conexão por uma questão de estrutura. “Toda a política de telecomunicações foi criada para grandes centros, as regiões mais remotas e pequenas cidades ficaram desassistidas”, explicou o representante do Conselho da Conectar Agro.
Ainda assim, Jaime entende que “há esforços dentro do país, com agenda legislativa e ações do executivo para viabilizar essa conexão”. Para ele a conectividade no campo gera acesso à educação, assistência técnica para agricultores e maior acesso a informações de uma forma geral.
Daniel Stivelberg analisou a amplitude brasileira com suas dimensões continentais para citar a necessidade de existir no país um fundo para suplementar o investimento em interiorização de conectividade. “O FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) é o reconhecimento do estado brasileiro de que as relações no mercado de telecomunicações estão voltadas ao retorno do investimento”, complementou.
Gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Sinditelebrasil, Daniela Martins abordou a importância de investimento do governo. “Quando a gente fala de política pública chegar nas áreas mais necessitadas de novidades e de conectividade, estamos tratando de questões não só para o dia-dia, mas para o aumento de produtividade do agro brasileiro”, citou. Para Daniela Martins a criação do fundo setorial pressupõe que o governo enxergou a necessidade de uma política pública.
Joaci Medeiros entende o agro como fundamental e imprescindível ao Brasil. O coordenador técnico do Instituto CNA afirmou que “na hora que tivermos a conectividade nas propriedades rurais a nossa eficiência aumenta absurdamente”.
Já Tomas Fuchs chamou atenção para importância das empresas de menor porte responsáveis por distribuir o sinal de internet em regiões com baixa conectividade. “Os pequenos provedores desempenham papel importantíssimo na distribuição de sinal e demais serviços, não fosse o trabalho desenvolvidos por essas empresas a situação seria ainda pior no Brasil”, explicou.
Por fim, o deputado Zé Silva considerou o debate importantíssimo para o setor e sociedade. “Foi possível analisar formas de evolução e crescimento da conectividade ligada ao âmbito rural no Brasil”. O parlamentar declarou sair com várias demandas para aperfeiçoar a conectividade, as quais pretende debater com os pares do Congresso Nacional e da Frente Parlamentar da Agropecuária. “Vamos seguir em busca de dar novos e grandes passos em prol da conectividade, em busca de sustentabilidade e competitividade do agro brasileiro”, finalizou.