O AgroSaber fez uma nova live na manhã de domingo (19). O entrevistado foi o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Entre os destaques da entrevista estiveram as ações do Legislativo para minimizar os impactos da crise no agro brasileiro, a ajuda ao setor sucroenergético brasileiro e aos pequenos produtores rurais, especialmente aos horticultores, além de deixar claro, que não há sentido algum criar animosidades com o principal parceiro comercial do País a China.
“Se eu quiser chamar alguém para briga eu, pelo menos, tenho que ter como pressuposto a mínima oportunidade de vencer e ter vantagens”, diz Moreira. “Neste momento, só teremos prejuízos. Não é inteligente. A bobagem não tem nenhuma relação da força do sobrenome de quem a produz. Ainda continua sendo bobagem.”
Só para se ter uma ideia, o país asiático é o que vem comprando os produtos do agro nesse momento de crise da pandemia do novo coronavírus. Das vendas externas em março de US$ 9,29 bilhões, 13,3% a mais, em relação a março do ano anterior, a participação da China nas exportações agropecuárias brasileiras passou de 34,2% (março/2019) para 41% (março/2020). As exportações de soja e carne bovina in natura ocorreram, principalmente, para o país asiático.
A transmissão ao vivo reuniu cerca de 160 participantes simultâneos e 1.396 participantes únicos pelo Facebook. A entrevista com Moreira foi conduzida pelo agrônomo Xico Graziano, professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pelo jornalista Edson Giusti, sócio da Giusti Com. Participam também o agrônomo Eduardo Sampaio Marques, secretário de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e o economista Rogério Boueri Miranda, subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia. E as fundadoras do movimento Agroligadas, Geni Schenkel e Eliane Silva.
Legislativo na luta contra a crise
Moreira, assim como os representantes do Mapa e do Ministério da Economia demonstraram o que o País está fazendo politicamente para assegurar mecanismos para que o agro possa sentir o menor impacto possível por essa crise. O deputado federal lembra que estão em andamento projetos importantes. “As propostas estão sendo encaminhas pelo Congresso e muitas vem para ajudar o agro brasileiro, como o licenciamento ambiental, uma lei para ampliar a conectividade nas fazendas com recursos de um fundo R$ 23 bilhões, além do andamento da reforma tributária”, afirma.
Para o setor de etanol, que vem sofrendo com a crise, as propostas de Moreira são o fim do impostos como o Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), o aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, para garantir mais competitividade ao etanol (biocombustível mais sustentável que a gasolina), e política de financiamento ao setor, especialmente em unidades de armazenamento de combustível. “Essas são políticas de travessia que nos ajudariam a sair dessa crise.”
A aposta em ferramentas digitais de comércio e de entrega serve nesse momento como uma boa forma de auxílio aos pequenos proprietários rurais, especialmente os horticultores. “Vamos ter de ajudar nesse sentido, para que essa cultura cresça, garantindo a entrega de produtos de qualidade com preços justos”, diz Moreira.
Agro de cara mais limpa e sem dívidas
O deputado encerrou a entrevista com uma importante constatação: é o momento em que menos se vê são ataques à imagem do agro, pois o setor passou a ser fundamental ao abastecimento da alimentação ao País. “Nesse período que nós estamos vivendo reclusos em casa, um dos maiores prazeres que as pessoas têm é sentar numa mesa farta”, diz. “Não tenho ouvido, por exemplo, sobre produtos envenenados e nem que o agro é destruidor de matas, porque está chegando à mesa dos brasileiros produto com alta qualidade.”
Para continuar abastecendo o País, o deputado lembra que há integrantes do agro, milhares de produtores com dívidas que podem chegar a R$ 900 bilhões. “Precisamos dar justiça a esses produtores”, diz Moreira. “Um conjunto enorme de produtores que não deram causa para esse endividamento, mas que ficaram fora do sistema de produção. Esses produtores são máquinas fortes para produzir mais que não podem ficar tomando dinheiro a 30% ou 40% e que podem aumentar a produção agrícola de 15% a 20%”.
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