O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), no Senado, defendeu nesse domingo (26), acordos comerciais para o setor agropecuário no Brasil, para aumentar a exportação de alimentos.
“Hoje a população da Índia ultrapassa 1,3 bilhão e em pouco tempo será a maior do mundo. No médio e longo prazo, ela terá que importar alimento de outros países, uma vez que o campo não está preparado para atender esse consumo interno crescente”, disse.
Luis Carlos Heinze fez parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro na visita oficial à Índia. O senador afirmou que foram assinados 15 documentos, entre acordos de cooperação e memorandos de entendimento, e os setores suíno e de aves no Brasil devem ter uma ampliação considerável nos negócios com o país asiático. Além disso, o parlamentar falou sobre o aumento do volume de exportações de maçãs e a possibilidade de entrarmos com o suco de uva no país.
Outra realidade, é a expansão da indústria metal mecânica. “A Randon e a Marcopolo já possuem filiais indianas e existe espaço para outras empresas do segmento. Os defensivos agrícolas e fertilizantes também estão na pauta. A indiana United Phosphorus Limited (UPL) planeja fazer da operação brasileira um polo exportador de defensivos. Ela já está presente no Brasil e vai aumentar a participação em nosso mercado, gerando empregos e possibilidade de negócios”, garantiu o parlamentar.
Com o aprofundamento das relações, entre Brasil e Índia, as expectativas, segundo a estimativa do primeiro ministro indiano Narendra Modi, é que comércio, por exemplo, que hoje movimenta U$ 6 bilhões/ano, poderá passar de U$ 50 bilhões até 2022.
Após a visita à capital indiana, o senador afirmou que os dois países vão seguir trabalhando para ampliação do comércio de produtos agrícolas. “Esta agenda está propiciando uma troca de experiências, com reflexo direto em suas economias. Tenho certeza que, como foi afirmado, vamos aumentar as parcerias entre nossas cadeias produtivas”, defende Heinze.
Durante a missão, o Ministério da Agricultura firmou cooperação técnica na área de produção animal. O acordo prevê parceria em sanidade animal, capacitação técnica e pesquisa em genômica bovina e intercâmbio mútuo de germoplasma (material genético).
O Brasil também vai exportar gergelim para o mercado indiano e passará a importar sementes de milho. Em 2019, a Índia importou cerca de US$ 60 milhões do produto. O objetivo do Ministério é que exportadores brasileiros possam alcançar uma participação maior e até mesmo expandir a receita com o produto. “Estamos abrindo para a Índia as exportações de semente de milho, levando tecnologia indiana para o Brasil. Isso será muito importante para o começo da cooperação entre os nossos governos”, explicou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Seminários empresariais e reuniões com autoridades do governo da Índia também fizeram parte da agenda de compromissos da delegação brasileira.
Números – Em 2019, o Brasil exportou US$ 841 milhões em produtos agropecuários para a Índia. Óleo de soja, açúcar de cana e algodão foram os destaques nas vendas e representaram cerca de 70% da pauta exportadora do agro brasileiro ao país.