A gestão compartilhada de energia no campo foi o principal assunto da reunião entre deputados e senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) desta terça-feira (10). O deputado Evair de Melo (PP-ES), segundo vice-presidente do colegiado, apresentou expertise do Espírito Santo para solução de compartilhamento para usuários a distância. O sistema permite que duas ou mais unidades consumidoras possam usufruir da energia produzida por uma única unidade geradora.
Segundo ele, é uma parceria pioneira que possibilita ao cooperado usar o sistema fotovoltaico (geração de energia elétrica a partir da luz solar, por meio de painéis) onde ele estiver, dividindo a eletricidade e os custos. “É uma forma de compactar o investimento, uma vez que a plataforma está disponível para inúmeros usuários de maneira remota”.
A plataforma cooperativa do Espírito Santo permite que os usuários tenham previsibilidade no custo da energia, que é limpa e renovável. O deputado também destacou que o sistema possibilita até 80% de redução na fatura e descontos de 8% a 12% na conta de luz. A expectativa, segundo ele, é chegar a 2.500 residências no estado nos próximos 12 meses, na cidade e no campo.
Vice-presidente da FPA, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), afirmou que a gestão compartilhada de energia irá ajudar a reduzir o custo de produção do setor agropecuário. “É o custo de produção que tem retraído o desenvolvimento do Brasil, principalmente a competitividade dos nossos produtos com maior valor agregado”.
Segundo o deputado Schiavinato (PP-PR), a energia solar é uma necessidade do homem do campo e tem sido cada vez mais procurada. “Na região oeste do Paraná, há inúmeras unidades da avicultura que já implantaram seus painéis solares e têm autossuficiência energética em suas propriedades. Vão levar seis anos para quitar o investimento, e antes do sistema fotovoltaico, gastavam cerca de R$ 20 mil de conta de luz; é muito bom para o produtor rural”.
Consórcios públicos – O decreto de consórcios públicos, que ainda está em análise na Casa Civil, que prevê que o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) possa ser feito via consórcio público, também foi discutido na reunião.
De acordo com o deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), o SIM aumenta a arrecadação das prefeituras e garante a qualidade dos alimentos produzidos, mas a maioria dos municípios não consegue arcar com os custos de estrutura e recursos humanos. “Fazer com que isso seja realizado por consórcio público é a melhor solução. As equipes técnicas dos consórcios podem trabalhar em todos os municípios, independentemente de seus tamanhos. E isso significa geração de emprego”, explicou.
O presidente da FPA, Alceu Moreira (MDB-RS), afirmou que é uma solução criativa. “Quando você faz um consórcio dessa natureza, você consegue ter uma assistência sanitária de alta qualificação na pequena unidade produtiva da agroindústria”, disse. Para ele, a proposta possibilita que os produtos não só garantam a qualidade sanitária como reduzam seus custos, uma vez que serão rateados por vários municípios.