Dilceu Sperafico*
Já não basta aos governantes, legisladores, lideres e cidadãos brasileiros reconhecerem e destacarem a extensão e importância da contribuição do agronegócio, para o desenvolvimento econômico e estabilidade social do País.
Nossos dirigentes maiores necessitam também, e com brevidade, ajudar a divulgar e melhorar a imagem da agropecuária do País junto às nações com quais mantém boas relações, especialmente as importadoras de alimentos e matérias-primas brasileiras.
Se internamente ainda existem distorções, com acusações descabidas aos agricultores com relação à devastação de florestas e/ou matança de espécies nativas, no exterior o desconhecimento sobre os benefícios oferecidos pelo agronegócio brasileiro à população rural e urbana é ainda maior e muitas vezes mais pejorativo.
Prova disso foi recente manifestação pública do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), embaixador Roberto Jaguaribe.
Conforme ele, é fundamental e urgente melhorar a imagem do agronegócio brasileiro no exterior, com ênfase na sustentabilidade, pois em muitos países os cidadãos e consumidores desconhecem a conscientização do agricultor nacional, sobre a necessidade da preservação dos recursos naturais, em benefício de sua própria atividade econômica. .
Conforme o embaixador, no que concordamos plenamente, a agricultura brasileira, queiram ou não os seus detratores, é altamente sustentável e o País é modelo mundial na manutenção de cobertura florestal e preservação da fauna nativa.
Exemplo dessa diferença, segundo Jaguaribe, é que enquanto os compromissos assumidos pelo Brasil de redução de emissão de poluentes são reais, outros países se propõem a apenas “diminuir o aumento da poluição”.
Por isso, em sua opinião, o foco da divulgação positiva do agronegócio brasileiro deve ser voltado para a Europa, pois ao melhorar a imagem da produção primária nacional nesse continente, outros parceiros comerciais também passarão a confiar mais nos agricultores do País.
Para o embaixador, o Brasil ainda é “relativamente pequeno” no comércio exterior, ficando atualmente na 25ª posição, apesar de ser país com economia “muito grande”. Para reverter esse quadro, o País precisa divulgar melhor as qualidades do agronegócio e estimular as empresas nacionais a exportarem cada vez mais.
Conforme Jaguaribe, a imagem do Brasil no exterior foi afetada por questões políticas internas e é fundamental esclarecer essas dúvidas e aumentar a atratividade do País, mostrando os avanços da atividade agropecuária, inclusive na preservação ambiental.
Prova disso é que do território nacional, 35% são de matas nativas, 21% de pastagens, 20% de parques florestais, 13% de reservas indígenas e apenas 8% de terras ocupadas pela a agricultura, superando apenas os espaços urbanizados, que somam 3% do País.
Para o embaixador, além de mostrar a realidade da ocupação do território brasileiro, é essencial divulgar que o País hoje é sólido e o governo tem atuado para garantir a estabilidade da economia, com proposição de medidas saneadoras, como o teto de gastos públicos, em tramitação no Congresso Nacional.
No momento em que dirigentes e cidadãos estrangeiros conhecerem a realidade ambiental do País, certamente irão valorizar cada vez mais a nossa produção agropecuária e ampliarão as importações, o que se refletirá em benefícios concretos para a população urbana e rural.
*O autor é deputado federal pelo Paraná