A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, se reuniu ontem (1º/10) com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para discutir a possibilidade de emissão do Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) indexado ao dólar. A medida, que tem objetivo de oferecer uma opção a mais de financiamento para o agronegócio, pode atrair até US$ 20 bilhões para o Brasil, de acordo com estimativas de integrantes do governo e de parlamentares.
Antes desse encontro, membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) já haviam se reunido com o Banco Central para apresentar a proposta e saíram de lá com a promessa de que um estudo seria feito. Fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, dizem que essa mudança está em estudo no BC e que a instituição até já fez alguns contatos com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para entender as implicações legais dessa indexação.
Recursos. O setor agropecuário, apesar de ser o único a crescer no País, enfrenta dificuldades de obter recursos para financiamento. Os depósitos à vista e os recursos da poupança rural, as principais fontes do crédito rural com juros controlados, estão em queda.
No primeiro semestre, a diminuição desse funding tornou escassos os recursos que eram usados para o pré-custeio, tradicionalmente usados para preparar uma nova safra. A falta de recursos também fez o governo reduzir o volume de crédito a juros controlados e elevar o montante com taxas livres.
A questão ainda não está fechada e novos encontros devem ocorrer. Além da ministra, Tombini recebeu dois representantes da FPA, o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) e a deputada federal Tereza Cristina (PSB-MS).
Fonte: Estadão