A Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal realizou audiência pública, nesta terça-feira (31), para debater sobre os propósitos e as bases operacionais da Coalizão Verde, firmada durante a Cúpula da Amazônia. Formada por instituições financeiras dos países amazônicos, é liderada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para o desenvolvimento econômico e social sustentável da região.
O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Senado, alertou para a necessidade de regularização fundiária. “Precisamos de um programa de regularização fundiária onde o governo do estado e o governo federal por meio do Incra tenham o mínimo de recursos para avançar, se não o banco não libera recursos.”
A reunião contou com a participação do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que destacou os extremos climáticos que o país passa. “A Amazônia é o maior retentor de carbono do planeta, temos 25% das florestas tropicais do mundo. Temos que saber construir uma estratégia de fortalecer esse ativo como mudança de paradigma para economia mundial e emergência do Brasil nesse cenário de crise climática.”
Mercadante falou ainda da crescente demanda de créditos no BNDES e que a Coalizão trabalha com uma perspectiva de chegar a uma proposta de R$ 100 bilhões de crédito. “Tivemos uma crescente em torno de 100%, mas na Amazônia o crescimento foi de 204%. As aprovações de crédito cresceram 40% e o desembolso cresceu 20% na média nacional, 27% na região da Amazônia. Junto com o Banco da Amazônia (BASA) podemos fazer muito mais pela região,” disse.
Segundo o senador Jaime Bagattoli (PL-RO), temos mais da metade do território nacional com riqueza que a natureza deu, mas o povo continua vivendo na miséria. “Nós precisamos debater a preservação da Amazônia, mas precisamos olhar para nossos irmãos que estão vivendo na região. Essas pessoas não podem continuar na miséria.”
Já o senador Mauro Carvalho (União-MT) enfatizou a necessidade dos projetos saírem do papel e irem para a prática. “Vemos muitos discursos, mas na prática acaba sendo diferente. Acho que o BNDES tem um papel importante, contamos muito para que se torne realidade esses investimentos e não fiquem só no discurso,” finalizou.
Coalizão Verde
Em agosto deste ano, os Bancos Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Interamericano de Desenvolvimento (BID) e de desenvolvimento dos países da Bacia Amazônica lançaram a Coalizão Verde, uma aliança internacional pioneira para promoção do desenvolvimento sustentável na região amazônica.
Firmada durante a Cúpula da Amazônia, a Coalizão busca promover soluções financeiras e condições propícias para criar e fortalecer atividades produtivas locais e impulsionar projetos social, ambiental e economicamente sustentáveis, respeitando as características locais e regionais.