A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos de invasão de terras no país, aprovou, nesta quarta-feira (12), os convites a Marcelo Werner, secretário de Segurança Pública da Bahia, e ao coronel Paulo José Reis de Azevedo, comandante da PM da Bahia. O estado foi um dos principais alvos das invasões desde janeiro deste ano.
Também foi aprovada a convocação de João Henrique Bernardes, auditor da CGU, e o pedido de informações a Suzano sobre as invasões na Bahia e ao Banco Central, sobre o LeftBank – instituição financeira ligada a ações do MST. Nesta terça-feira (11), os parlamentares da CPI requisitaram o convite do general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do GSI – a análise da convocação do general será analisada após o recesso parlamentar.
Durante o debate, o presidente da comissão, deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) destacou que o número de invasões do MST, sob o governo Lula, despencou após a instalação da CPI. Apenas um ato ocorreu desde o início dos trabalhos do colegiado. Entre janeiro e maio deste ano, foram registradas 56 ocupações.
“Estamos conversando e dialogando com todos os parlamentares, sabemos que têm inúmeras famílias querendo produzir e por essas iremos lutar, por uma Reforma Agrária descente”.
Zucco afirmou que na volta do recesso parlamentar, no mês de agosto, o foco dos trabalhos na comissão será em apurar crimes como extorsão, invasão de terra, agressão e trabalho análogo a escravidão.
“Não é batendo boca que vamos resolver a solução da agricultura do pequeno, médio e grande produtor. Que essa CPI possa continuar entre agosto e setembro para que não tenhamos mais invasões e que as titulações possam acontecer sem precisar invadir e sem sair da democracia”, enfatizou o parlamentar.
Vice-presidente da CPI, o deputado Kim Kataguiri (UNIÃO-SP) ressaltou que a comissão valoriza a agricultura familiar e o trabalho é atuar contra crimes.
“Não há ninguém contra a Reforma Agrária, o que está sendo discutido é a necessidade de dar dignidade para que a pessoa possa plantar o seu próprio cultivo na sua terra. Ou seja, não foram dadas condições mínimas para a pessoa se manter naquela terra”, declarou Kim Kataguiri.
O deputado, que é membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), destacou ainda que a comissão recebeu denúncias de extorsão contra lideranças de movimentos sem-terra, que invadiram propriedades produtivas privadas, principalmente no Estado de São Paulo.
“Esse é um debate que vamos ter nessa comissão em agosto para mostrar que de defesa da Reforma Agrária e dos mais vulneráveis, esse movimento não tem nada,” completou.
A próxima reunião extraordinária está marcada para o dia 1° de agosto, às 10h.