A reunião ordinária da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), desta terça-feira (7), teve como assunto central o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (FIAgro) e a assinatura do convênio entre representantes do Instituto Pensar Agro (IPA) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O acordo tem caráter de cooperação sobre as fontes de financiamento do agro com o mercado de capitais.
Outro compromisso firmado, visa a contribuição do Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA), que será responsável pelas ações de divulgação e educação de produtores rurais sobre as opções de financiamento e o desenvolvimento dos servidores da CVM sobre temas ligados à área.
De acordo com o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), o FIAgro é fundamental para atrair investidores e trazer resultados importantes para o País. “Será um grande avanço para a economia e para financiar o agro. É um sentimento de vitória de filho, pois foi criado dentro da nossa FPA”.
O autor da Lei do FIAgro, deputado federal Arnaldo Jardim (CD-SP), vice-presidente da FPA na Câmara, ressaltou que o setor agropecuário pensa no bem-estar social, seja no campo ou na cidade. Para ele, destaca-se o fato do agro trabalhar de forma sustentável permanentemente, e de não depender de governos para mostrar resultados.
“O agro dialoga, mas cria seu próprio caminho. Somos independentes e por isso somos tão grandes. O FIAgro também é fruto da nossa grandeza e ousadia. Pensamos na inovação, no futuro e no sucesso de nossas produtoras e produtores rurais. De forma sustentável, continuaremos com o agro na liderança e como referência do país”.
Segundo o presidente do IPA, Nilson Leitão, é fundamental que as entidades ligadas ao setor e toda a sociedade entendam o tamanho do avanço percorrido com o surgimento do FIAgro. Ele destaca que se trata de uma alternativa confiável para o bolso do produtor.
“O agro é o maior patrimônio do Brasil e precisava ser visto pelo mercado. Cabe a nós levarmos a quem produz essa importante oportunidade de crédito e o que significa o mercado de capital e a bolsa de valores. Seremos ainda maiores e melhores do que já somos com essas conquistas”.
Para o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), José Mário Schreiner, o dia de hoje é emblemático. Na opinião do ex-membro da FPA, quem cuida de crédito rural sabe que a cada ano fica mais difícil equalizar juros.
“É fundamental conhecer novas formas de crédito. É necessário, cada vez mais, que ferramentas que melhoram esse recurso sejam implementadas. Hoje é um dia para entrar para a história como de aprimoramento e confiança para o nosso setor.”
Para o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, poder trazer oportunidades para um setor que se tornou o principal pilar econômico do país é uma honra. De acordo com ele, o FIAgro é um sucesso inquestionável pelo pouco tempo que está ativo e que já possui alta aderência.
“O sucesso é único e, por isso mesmo, já estamos pensando em outras mobilidades. Teremos o FIAgro de baixo carbono e outras questões ligadas à sustentabilidade. Nós temos um horizonte de crescimento muito grande entre o mercado e o setor produtivo”.
Convênio
A partir do convênio com o IPA, a CVM pretende realizar ações educacionais para ampliar o conhecimento e o acesso a investimentos de empreendedores e investidores dos setores agropecuários. A autarquia e o instituto devem realizar eventos de capacitação e elaborar estudos e pesquisas para a produção de materiais educacionais.
O acordo com o IBDA visa aumentar a divulgação das opções de financiamento da cadeia do agronegócio no mercado de capitais, e proporcionar mais educação aos empreendedores rurais quando optarem por essa modalidade de financiamento.
O sucesso do FIAgro
Desde outubro de 2021 disponível para investidores, o FIAgro tem mostrado um crescimento acima do esperado. Números apresentados em fevereiro de 2023, indicam que até o fim do ano passado, o crescimento do patrimônio líquido do Fundo foi de 544%. Ou seja, o salto total foi de R$ 1,6 bilhão para R$ 10,3 bilhões.
Em relação ao número de pessoas físicas que passaram a investir no FIAgro, entre janeiro e novembro do ano passado, os números subiram 417%, e passaram de 30,7 mil para 158,8 mil investidores.
Para se ter uma ideia, no acumulado de 2022, o retorno do FIAgro chegou a bater a faixa dos 30%. Este percentual supera, inclusive, aos melhores resultados obtidos por Fundos Imobiliários (FIIs), que possuem funcionamento semelhante, e variaram entre 20% e 22% no período.