A falta de insumos para o plantio da safra 2021/2022, o aumento do custo de produção e o embargo chinês à carne brasileira, que já dura sete semanas, foram os principais temas de debate, nesta terça-feira (26), na reunião-almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
O presidente da bancada, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), entende que o setor tem sido taxado como culpado por fazer chegar o alimento mais caro na mesa do brasileiro, mas, segundo ele, não é verdade. “O produtor rural tem o maior risco e fica com a menor fatia de toda a cadeia produtiva,” disse o deputado.
Sérgio Souza acrescentou que uma tonelada de insumo que o produtor pagava em torno de U$ 250, em janeiro, “hoje está custando U$ 800”. O deputado argumenta que mais de 80% dos fertilizantes para a produção agropecuária são importados e encarecem o processo produtivo.
Em relação ao embargo chinês à carne brasileira, o deputado Neri Geller (PP-MT) disse ver com preocupação a retaliação da China. “Nós da FPA estamos muito alinhados com os pecuaristas para resolver esse problema e na retomada das exportações. A arroba no meu estado, Mato Grosso, que estava R$ 340, passou para R$ 260, porque o nosso maior mercado está fechado. Cabe uma reflexão sobre a política externa de comércio, visando manter esses mercados abertos e fortalecendo a economia no nosso país,” frisou o deputado.
Falta de insumos
Sobre a possível falta de insumos e fertilizantes no Brasil, o deputado Evair de Melo (PP-ES) destacou que o problema pode gerar consequências para o setor produtivo e a sociedade brasileira. “Nessa ressaca da pandemia, nós corremos um risco de faltar a quantidade suficiente que o Brasil precisa para manter a base produtiva,” disse.
Evair disse ainda que o governo federal está empenhado em discutir internamente o tema “no sentido de abrir novas fábricas de fertilizantes para não faltar insumos agrícolas nas safras seguintes 2021/2022.”
Já o deputado Alceu Moreira (MDB-RS) ressaltou a força do agro brasileiro. “Na matriz produtiva o agro é muito importante, não podemos ficar dependendo de semicondutores de outros países. Nós temos fosfato para a produção de insumos e fertilizantes aqui no Brasil, por isso, precisamos ter estratégia para garantir a menor dependência do mercado mundial.”
Autocontrole
A proposta cria uma nova configuração ao modelo fiscalizatório do setor agropecuário no país e produz efeitos em diversas frentes. Seja ao modernizar regras de controle sanitário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), seja ao estabelecer obrigatoriedade de adoção de programas de autocontrole pelos agentes regulados pela legislação da defesa agropecuária.
Na prática, possibilita que o Estado concentre suas ações no controle e na fiscalização de atividades de maior risco, sem enfraquecer o papel estatal conferido pela legislação vigente. Além disso, permite maior dinamismo e liberdade às atividades econômicas agropecuárias.
Relator do projeto na Comissão de Finanças e Tributação, da Câmara, o deputado Christino Áureo (PP-RJ), ressaltou a importância da votação do projeto amanhã (27) na CFT. “Este é um assunto da mais alta relevância e prioridade, que espero podermos aprovar com a devida urgência para que a proposta possa seguir para Comissão de Constituição e Justiça e assim, agilizarmos o processo” finalizou.