A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas foi tema da audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Reforma Agrária da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado federal Zé Silva (SD-MG), nesta sexta-feira (20).
A realização do debate trouxe um alinhamento a respeito das propostas que o Brasil vai levar para a Conferência a ser realizada entre os dias 1º e 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, além de evidenciar o papel principal que o país deve ter em eventos dessa magnitude, como explanou Zé Silva. “O Brasil precisa ser notado positivamente com os discursos e também com ações benéficas ao meio ambiente”, disse o parlamentar.
De acordo com o membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), é fundamental construir propostas concretas e alinhadas com os três poderes, o setor produtivo e a sociedade civil. “Sentimos a necessidade de o Brasil ter uma agenda integrada, com apresentação de metas e garantia para cumpri-las. O nosso país não pode ser reconhecido pelas exceções”, afirmou Zé Silva.
O deputado chama atenção para um ponto que, de acordo com ele, é fundamental. Passar a imagem que o país tem consciência das responsabilidades perante o resto do planeta, além de possuir totais condições de cumprir acordos. “Temos que fazer valer nossa posição de destaque, fazer o dever de casa com pautas que evitem o desmatamento ilegal e a destruição de nossas florestas. O mundo está nos acompanhando”, concluiu.
Ampliar a relevância e fortalecer a imagem do Brasil perante o mundo também é a visão do secretário do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Marcelo Donnini, em relação à participação brasileira na COP 26. Na visão de Donnini, “será mostrado o Brasil real, que faz acontecer”, além de destacar os acordos que já foram feitos desde a COP 25, em Madri. “Estabelecemos uma agenda com muitos contatos bilaterais com os principais países que concorrem para o avanço da agenda climática”, explicou.
O secretário do MMA destacou que o Brasil terá na Conferência o maior stand físico já produzido pelo país, além de um estúdio em Brasília, com parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que realizará transmissões diárias dos mais diversos casos de sucesso de políticas associadas ao tema. “É muito relevante ampliar e fortalecer a comunicação com as outras nações e parte desse caminho é mostrar que aqui as coisas dão certo. Isso passa credibilidade”, enfatizou.
No entendimento de Fernando Camargo, secretário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o mundo passa por um momento crítico e torna-se clara a necessidade do Brasil fazer por si e pelos demais. “É essencial consolidarmos o entendimento que a agricultura representa uma contribuição positiva e responsável para o clima também. Isso mistura inclusão social e responsabilidade ambiental”, pontuou.
Camargo explica que o Ministério elaborou uma estratégia a partir da apresentação das políticas e características que evidenciam a sustentabilidade da agropecuária brasileira. Para Camargo, a COP 26 será a pavimentação de um novo ciclo de crescimento econômico sustentável com geração de empregos. “Será uma grande oportunidade de mostrarmos que aqui existe segurança alimentar e nutricional, que a nossa agricultura sofre ataques injustos. Nosso papel para ajudar nas mudanças climáticas é fundamental”, finalizou.