Promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e pela B3, a 20ª edição do Congresso Brasileiro do Agronegócio tratou da segurança alimentar e da preservação do meio ambiente no planeta, com destaque para a necessidade de utilização de mecanismos financeiros eficientes e investimentos sustentáveis para a agropecuária.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR), destacou a necessidade de demonstrar que o Brasil produz de maneira sustentável e entrega o alimento com rapidez e qualidade. Para o parlamentar, a ideia negativa que vigora no exterior é fruto de desinformação e, em alguns casos, de distorções propositais acerca do tema.
Sérgio Souza comparou a extensão do Brasil e os comportamentos adotados pelo setor a países de tamanhos territoriais semelhantes para enaltecer o trabalho feito pelo agro brasileiro. “Que país, além do Brasil, possui 66% da área coberta por floresta nativa? Qual país usa tão pouco pesticida? Nenhum país do mundo com o tamanho do nosso consegue produzir ou dar segurança como o Brasil”, ressaltou.
O presidente da FPA recordou aos participantes o potencial do país para alimentar a população mundial e enfatizou que além das condições, há uma dependência direta em relação ao Brasil. “Nós alimentamos 1 bilhão de pessoas mundo afora e temos força para alimentarmos mais nos próximos anos. A ONU quer que dobremos a produção de alimentos até 2050 para isso”, comentou.
Para manter o sucesso no setor e obter números ainda mais recompensadores, entretanto, o deputado entende que importantes passos devem ser dados no Congresso Nacional. Na visão de Sérgio Souza, a urgência em aprovar a regularização fundiária e a demarcação de terras indígenas são partes cruciais para a segurança jurídica e alimentar que o setor tanto persegue.
A sustentabilidade também foi o foco do discurso apresentado pela ministra Tereza Cristina – homenageada com o prêmio de Personalidade do Agronegócio. De acordo com a chefe da pasta da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, “a sustentabilidade tem guiado a agenda e ações do Ministério”. Tereza lembrou que o Plano Safra, apresentado em junho, é o mais verde da história e recordou a implementação de planos que nortearão o desenvolvimento do Brasil nas próximas décadas.
No entendimento da ministra, o Brasil conta com protocolos científicos avançados e tem, ao lado da Embrapa, uma parceria para desenvolvimento constante de formas para comprovar que o agro é a solução para economia sustentável e baixa emissão de carbono. “Cuidar do meio ambiente e ter responsabilidade é uma ação diária que imponho ao Mapa. A legislação rigorosa que temos será fundamental para tornar o país líder na agenda global de sustentabilidade”, disse.
Já o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, reiterou a importância do Brasil continuar o protagonismo global nas cadeias alimentares e agradeceu ao setor pelas contribuições para a economia em tempos difíceis de pandemia. “O agro foi a alavanca para nossos superávits na balança comercial. O setor nos faz trazer sustentabilidade também para os projetos de transporte e programas ferroviários em andamento”, confessou.
O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Marcello Brito, contou que o setor se reinventou. “Mesmo com as dificuldades da pandemia, tivemos safras recordes e exportações na mesma toada. Somos o 4º maior produtor e o 3º maior exportador de alimentos”, comemorou.
Marcelo entende que o resgate da imagem positiva da agropecuária precisa começar dentro do Brasil, com responsabilidade e legislação forte contra os crimes ambientais. “Não podemos nos calar contra a invasão de terra, a grilagem e o desmatamento ilegal. O Mapa na direção da ministra Tereza Cristina tem feito um trabalho digno para melhorar cada parte do nosso país e seremos protagonistas com a liderança dela”, concluiu.
O Congresso contou, ainda, com a apresentação de três painéis que destacaram a energia limpa e sustentável, o Brasil verde e competitivo e o futuro do agro no comércio mundial.