Devido a preocupação de produtores e associações do setor quanto ao Plano Safra 2021/22, o deputado José Mário (DEM-GO), solicitou audiência pública, realizada nesta quarta-feira (2), na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados (CAPADR), para debater propostas das entidades ao Plano Agrícola 2021/22 e as negociações do Governo para o lançamento.
De acordo com o coordenador da Comissão de Política Agrícola da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), essa audiência é extremamente importante e já há um atraso na discussão do Plano Safra. “Estamos correndo contra o tempo em função do atraso da aprovação do PLN4 que estava no Congresso Nacional e que aprovamos ontem,” disse José Mário.
O parlamentar destacou ainda desafios que serão enfrentados na elaboração e fechamento do Plano Safra. “O cobertor é curto, isso é notório em função da questão fiscal e precisamos de uma lupa forte para elaborar esse Plano Safra. Dentro deste conceito algumas prioridades vão ter que ser acatadas. O seguro rural é uma peça fundamental e precisamos olhar com muita atenção para que possamos caminhar.”
O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi ressaltou que é necessário buscar medidas estruturantes, otimizar os gastos públicos, fomentar a gestão de risco e colocar o seguro rural como política de estado. “Isso nós temos defendido e conseguimos avançar em alguns pontos em ações estruturantes para o desenvolvimento do mercado de seguros.”
O presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, enfatizou a importância de traçar uma estratégia para quando ocorrer frustrações de safra para que o produtor não se endivide. “Existe a frustração e o produtor não pode entregar a sua colheita, e o prejuízo é todo dele. Eu viro devedor de uma empresa que não me deu um centavo. O risco precisa ser dividido com quem compra do produtor. Mais do que brigar por dinheiro, é brigar por divisão de responsabilidades,” disse.
“O seguro rural é de suma importância, tem que ter um orçamento robusto e que consiga atender a demanda da base,” defendeu o coordenador do ramo agropecuário da OCB, João Prieto.
O chefe do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro, do Banco Central, Cláudio Filgueiras apresentou as evoluções do crédito rural e defendeu novos instrumentos para o cumprimento do direcionamento de crédito. “Mais importante para nós que estamos olhando o sistema financeiro é que o recurso chegue para o produtor na medida certa e na medida que ele necessita. Por isso, precisamos tornar a parte de concessão de crédito mais simples e fluída.”
O diretor do Departamento de Crédito e Informação do Mapa, Wilson Vaz, falou da expectativa de um plano safra melhor que de anos anteriores. “A gente nunca espera encontrar facilidade no plano safra seguinte, mas também não esperamos encontrar tanta dificuldade quanto estamos enfrentando esse ano. Sempre vejo o plano safra melhorando e espero que continue assim.”
Presente na audiência, o deputado Zé Silva (SD-MG) contou que “pôde ver avanços importantes nas apresentações feitas, mas ainda existem vários desafios como reduzir a burocracia, garantir assistência técnica e tirar essa praga da lavoura que é a falta da previsibilidade.”
“Conseguimos através do PLN4 o primeiro recurso. Estamos vencendo a primeira batalha e teremos muitas durante o ano e os parlamentares estão unidos para continuar lutando e melhorando a condição de vida, estabilidade e previsibilidade do produtor brasileiro,” finalizou a presidente da CAPADR, deputada Aline Sleutjes (PSL-PR).