Em reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), nesta terça-feira (27), o empresário Flávio Rocha, candidato à Presidência pelo PRB, afirmou que a competitividade deve ser tratada como palavra de ordem para o desenvolvimento do país. “Não sou especialista em agronegócio, mas se tem algo que o setor sabe fazer muito bem é ser competitivo e com isso gerar riqueza e renda ao Brasil alavancando a economia nacional e internacional”, disse o empresário.
Rocha ainda ressaltou que o Brasil vem se tornando um país hostil perdendo posições importantes no ranking de competitividade mundial e que para avançar é necessária uma reforma de Estado, seja ela tributária, trabalhista, previdenciária ou legislativa, no sentido de assegurar uma economia livre e mercados em pé de igualdade.
“Quando se perde a livre iniciativa na economia, o cerco burocrático ganha força e trava o nosso desenvolvimento, nossa geração de riqueza. Essa reforma nos garante a competitividade que precisamos. O Brasil está com o freio de mão puxado”, destacou o presidenciável.
A presidente da FPA, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), ressaltou que as ideias de Flávio Rocha vão ao encontro de duas pautas prioritárias ao setor: condições favoráveis ao aumento da competitividade brasileira e segurança jurídica.
“Precisamos de uma política calçada no equilíbrio e uniformidade tanto para o setor produtivo nacional quanto para o país. Hoje enfrentamos um nível extenso de burocracia, incentivos fiscais com alta taxa de juros, mercados desiguais e legislações que não trazem segurança jurídica ao cidadão”, defendeu.
O próximo convidado, conforme anunciou a presidente na ocasião, será o candidato ao Planalto, senador Álvaro Dias. “Nosso papel é receber todos e escutar as propostas de cada um. O que queremos é progresso para o país e melhores cenários sociais e econômicos para a sociedade e para o setor agropecuário”, afirmou Tereza Cristina.
Mercado externo – Membros da FPA presentes no encontro reforçaram a necessidade premente de se ajustar as normas que regem os acordos comerciais internacionais entre o Brasil e outros países. Segundo o deputado Marcos Montes (PSD-MG), há uma enorme dificuldade do país em manter sua competitividade frente a outros países. Isso precisa mudar. O Brasil tem uma posição no mercado externo com regras, em sua maioria, arbitrárias e desleais”, salientou Montes.
Para o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), o Brasil se encontra em nível de enorme desigualdade nas regras comerciais internacionais. Segundo ele, falta isonomia na importação, por exemplo, de insumos do Mercosul e nos custos de produção entre os produtores do Bloco. Ele explica que o agricultor brasileiro está pagando, em média, 86% a mais na compra de seus insumos agrícolas, quando comparados com os custos de aquisição por seus concorrentes da Argentina e Uruguai.
Quanto ao mercado interno, o deputado Alfredo Kaefer (PSL-PR) foi enfático ao dizer que a alta carga tributária, alta taxa de juros e os poucos incentivos que o governo fornece aos setores produtivos no Brasil também é um entrave ao desenvolvimento socioeconômico. “Só para se ter uma ideia, o custo para se produzir grãos no Brasil chega a ser, em média, 79% mais caro que na Argentina e 32% mais caro que no Uruguai”, afirmou Kaefer.