Dilceu Sperafico*
Assim como o Brasil se destaca na produção mundial de proteína animal, em volume e qualidade, o Paraná e o Oeste e Noroeste do Estado lideram o crescimento da produção nacional dessa importante cadeia produtiva.
Conforme projeções apresentadas no 8º Encontro Técnico Unifrango, realizado em Maringá, nos dias 18, 19 e 20 de outubro último, com participação de mais de mil pessoas, entre produtores, técnicos, pesquisadores, empresários e representantes de órgãos oficiais, o País
deverá atingir a condição de 3º maior produtor de carnes do mundo nos próximos anos.
Somente a produção de carne de frango deverá somar 14,7 milhões de toneladas anuais até 2020. No evento, destinado à discussão do cenário e futuro da avicultura brasileira, foi destacado que a produção e consumo de carne de frango no País e no mundo se deve a diversos fatores.
Conforme especialistas, desde a década de 1990, a proteína avícola foi a que mais lançou novidades em produtos alimentares do que todas as demais carnes juntas.
Além disso, a carne de frango e derivados têm preços acessíveis e sempre estão disponíveis nos estabelecimentos comerciais preferidos dos consumidores.
A produção de carne de frango, também vale ressaltar, entre todas as demais, é a que menos utiliza água e a ave é a que demora menos tempo no campo para alcançar o tempo de abate.
O aumento do consumo da proteína animal, tanto no País como no mundo, depende sempre da maior oferta de empregos e do aumento da renda da população, pois o crescimento dos rendimentos normalmente é utilizado na melhoria da dieta, mas mesmo em tempos de dificuldades a ingestão de carnes continua na tradição e preferência da maioria das famílias, o que garante vantagem ao frango, com custo médio sempre menor do que as demais.
Na criação, abate e exportação de frango, os Estados Unidos são os maiores concorrentes atuais do Brasil, enfrentando problemas semelhantes, como a elevação de custos de mão-de-obra e de grãos utilizados na produção de ração para as aves.
No Brasil, segundo especialistas, as despesas com funcionários vêm crescendo cerca de 10% ao ano, o que tem sido agravado pelo aumento das tarifas de energia elétrica e das cotações de milho e soja, reguladas pelo mercado internacional de grãos.
Com isso, entre os grandes desafios dos avicultores brasileiros estão as previsões de novas altas nos preços dos grãos, o que exigirá medidas para a redução de outras despesas, especialmente na dieta das aves, responsável por 75% do custo total de produção e influenciada pelo mercado internacional de grãos.
Mesmo assim, o setor avícola é uma das principais cadeias produtivas de proteína animal do país e do mundo. Conforme especialistas, a cadeia de produção de frango tem sido inteligente e competente na logística e no marketing, em diversos pontos, mas ainda comete falhas, como a de não se integrar melhor com os produtores de milho e soja.
Quando houver melhorias nessa relação, com maior integração entre as partes, todos sairão ganhando. Durante o evento, a Associação Brasileira de Marketing e Negócios também defendeu a importância da publicidade educacional sobre a produção avícola e as qualidades da carne de frango.
Para isso, seria necessária a melhor comunicação do setor com os consumidores, através de linhas informativas e educadoras, visando o aumentar a consciência da população quanto à qualidade e procedência dos produtos avícolas brasileiros.