A direção da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se reuniu hoje (11) pela manhã com o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, para tratar das reivindicações dos caminhoneiros, que dias atrás promoveram um movimento paredista em todo o Brasil. “Esses profissionais ameaçam fazer mais uma greve, caso não tenham sua pauta de reivindicações atendida, o que seria uma tragédia, tendo em conta que 61% do carregamento de mercadorias no Brasil são realizados por meio de caminhões”, explicou Marcos Montes (PSD-MG), presidente da FPA, entidade suprapartidária e defensora do setor produtivo rural.
Valdir Colatto (PMDB-SC), coordenador da Comissão de Direito de Propriedade da FPA, a sugestão é retirar o PIS/Cofins do óleo diesel, pois é esta , sem dúvida, a mais importante das reivindicações dos caminhoneiros. “Para tanto, nossa intenção é apresentar uma emenda à Medida Provisória 670 propondo essa desoneração, o que traria um alívio a eles de R$ 2.200 por mês, custo que esses profissionais têm, uma vez que esse tributo representa R$ 0,22 por litro do combustível. Infelizmente, nos parece que o governo está insensível com a nossa proposta, pois teima em manter o imposto”.
O deputado gaúcho, Alceu Moreira (PMDB), vice-presidente da FPA para Região Sul, não entende o porquê do governo não atender este pedido dos caminhoneiros, justamente no momento em que o setor produtivo rural está todo ele envolvido com a colheita da safra de grãos, hoje estimada em 198 milhões de toneladas de grãos. “Só o Rio Grande do Sul está colhendo cerca de 30 milhões de toneladas, mais a produção do Paraná e Santa Catarina essa safra alcança o volume de 73 milhões de toneladas de grãos, com destaque para as lavouras dos alimentos, soja, milho, arroz e feijão, entre outras culturas”, explicou.
Também participaram do encontro com o presidente da Câmara, os deputados Luiz Carlos Heinze (PP-RS), ex-presidente da FPA, e Osmar Terra (PMDB-RS). Heinze disse que Eduardo Cunha mostrou-se sensível à causa dos caminhoneiros, “daí nossa crença em ver essa grave situação resolvida nos próximos dias, e nem queremos pensar numa nova greve dos caminhoneiros porque representaria um desastre e prejuízos incalculáveis para todo o agronegócio brasileiro, com repercussões negativas no abastecimento alimentar dos brasileiros”, alertou.