A hidrovia Tietê-Paraná, importante rota de escoamento de grãos do Centro-Sul do país, completou em janeiro o oitavo mês de paralisação, devido à escassez de precipitações sobre as bacias dos dois rios. E caso se confirmem as previsões climáticas, ainda levará tempo para que a via se restabeleça.Levantamento da Somar Meteorologia indica que, no último mês, choveu em torno de 50 milímetros (mm) nas bacias do Tietê e do Paraná, enquanto o normal para o período seria um volume acima de 200mm.
A Tietê-Paraná transporta em torno de 8 milhões de toneladas anualmente, sendo cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano de milho, soja e seus derivados. “A hidrovia possui 12 terminais portuários, que farão ainda mais falta a partir de agora, com o avanço da colheita de soja em importantes Estados produtores, como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia”, lembrou a Somar, em boletim divulgado ontem.
De acordo com a Somar, a hidrovia está fechada desde maio, já que o nível dos rios baixou além da cota limite para a navegação. Estimativas dão conta de um aumento de 10% a 12% no frete, em função da interrupção dessa rota. Para as próximas três semanas, a empresa de meteorologia prevê que a situação não deve se normalizar.
Os mapas climáticos indicam chuva no leito dos rios, mas os volumes permanecerão baixos. “Nos próximos cinco dias pode chover até 70mm, mas de maneira localizada, atingindo uma região e outra não. Já entre os dias 7 e 16 de fevereiro o volume acumulado não vai passar de 60mm”, projeta.
Fonte: Valor Econômico