A audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) desta quinta-feira (07), recebeu o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Luiz Moretti, para apresentar os resultados e as contribuições da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura sustentável no Brasil no transcurso dos 48 anos desde sua criação e as perspectivas para o futuro.
O senador Zequinha Marinho (PSC-PA), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Senado Federal, destacou que as conquistas alcançadas pelo setor agropecuário nas últimas cinco décadas não aconteceriam sem a participação da Embrapa. Para Zequinha, o agronegócio tem sustentado a economia e é necessário que essa união entre pesquisa e tecnologia continue a avançar. “É indiscutível o papel da Embrapa no avanço do país. Nós nos desenvolvemos de forma efetiva e sem igual nos últimos 50 anos e iremos progredir ainda mais com essa parceria”, afirmou.
O membro da FPA também apresentou requerimento para audiência pública para tratar da ameaça de falta de insumos para o plantio da safra 2021/2022, que já está autorizado em parte do país. De acordo com o parlamentar, existem atrasos na entrega e cancelamento de contratos e de pedidos de compra de fertilizantes e defensivos, entre eles do herbicida glifosato, um dos mais utilizados no planeta.
Segundo Zequinha, a falta desses produtos pode comprometer a produção rural brasileira, que é o principal alicerce da economia brasileira. “Em que pese sermos uma potência na produção, ainda somos dependentes da importação desses insumos. Não temos como suprir essa demanda no momento. Nós da FPA estamos atentos e, por isso, precisamos criar estratégias para não ocorrer o desabastecimento e eventuais prejuízos. O nosso povo precisa da nossa produção alimentar e o mundo também”, concluiu.
Para o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), também membro da FPA, a Embrapa tem colaborado e ainda tem muito a colaborar no combate à fome e na garantia da segurança alimentar. “O trabalho de nossos agricultores e a dedicação da Embrapa são imbatíveis. Nosso país vai continuar sendo uma potência na produção e o grande responsável por alimentar o mundo nos próximos anos”, garantiu.
Por sua vez, Celso Luiz Moretti, presidente da Embrapa, referiu-se ao Congresso Nacional como “importante parceiro para o desenvolvimento da agricultura e do Brasil”. Para ele, as Casas legislativas são fundamentais para que o trabalho de pesquisa seja desenvolvido à excelência. “O parlamento sempre nos deu muita atenção, inclusive na questão orçamentária. Preciso destacar também a sensibilidade da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que tem extrema sensibilidade com nossa nobre missão de contribuir com o desenvolvimento sustentável”, disse.
“O agronegócio responde por quase 27% do Produto Interno Bruto (PIB), é o motor da economia brasileira hoje e amanhã. Em 2021 vamos ultrapassar o valor bruto da produção na ordem de 1 R$ trilhão. O agro não parou durante a pandemia, o produtor continuou produzindo”, disse Moretti, referindo-se ao sucesso do setor agropecuário e à constância das ações.
De acordo com o presidente da Embrapa, nas últimas décadas o Brasil saiu de uma posição de insegurança alimentar para se transformar em exportador, ao alimentar a população e exportar os excedentes. “Essa produção em larga escala diminuiu em quase 50% o valor da cesta básica. Isso equivale a dobrar o salário-mínimo no bolso do brasileiro”, explicou.
Ao final, Moretti lembrou que o Brasil foi capaz de desenvolver um modelo de agricultura tropical sustentável e competitivo sem paralelo em qualquer lugar do mundo. “Ninguém produz com tanta eficiência e sustentabilidade como nós”, encerrou.