Membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) receberam, nesta terça-feira (3), o ministro da Justiça, Sergio Moro, para apresentar pacote anticrime, que consiste no conjunto de medidas que defende a segurança pública do País. Segundo o ministro, a urgência do pacote deve ser votada ainda esta semana. “É um momento oportuno para intensificar o diálogo e explicar as propostas para convencer os parlamentares do acerto delas e também para ouvir sugestões e eventuais críticas”, disse.
O presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), ressaltou que a proposta ainda não tem definição de relator, sendo assim, ainda cabem reparos. “O ministro fez uma série de propostas, mas lá na Câmara nós temos questões regimentais a ser vencidas. Tanto a nossa bancada quanto na bancada da segurança ou religiosa temos condições de fazer os reparos necessários para que esse conteúdo legal seja uma ferramenta verdadeira e com toda a eficiência contra o crime.”
O parlamentar lembrou ainda que a Frente tem obrigações com o setor. “A Frente tem obrigação com os assuntos do Agro, mas a gente conhece os parlamentares e seguramente o projeto anticrime terá o apoio de cerca de 200 parlamentares e pretendemos votar ainda esse ano. O que é bom para o campo é que tenhamos menos crimes.”
O ministro destacou que o governo federal tem sido rigoroso para diminuição do crime, mas ainda há muito a ser feito para garantir melhores instrumentos legais. “Se nós tivermos uma mensagem forte do Congresso, e para isso contamos com a FPA, endurecendo as medidas existentes e dando mais ferramentas ao policial para investigar crimes, nós vamos conseguir fazer uma diferença ainda maior.”
Vice-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), destacou que a bancada defende o projeto e contou que o Estado do Paraná sofre com a criminalidade por ser área de fronteira. “Boa parte dos problemas que temos estão nas facções vendendo drogas e armas. Entra pela divisa do Paraná e isso traz para o nosso meio rural uma insegurança enorme. Nós queremos mais segurança no campo. Hoje, a criminalidade no campo não aparece tanto quanto na cidade porque 90% da população mora na cidade, 10% no campo. Nós precisamos dar responsabilidade ao Estado nesse sentido,” justificou.
O deputado Zé Silva (SD-MG) manifestou apoio para aprovar as medidas que venham endurecer penas, especialmente, contra a violência no campo. “Não é armando o campo que vamos garantir segurança. É preciso investir também em tecnologia para que os bandidos saibam que qualquer ato que ele cometer será punido”, finalizou.
Para o deputado Zé Mário (DEM-GO), as medidas propostas são importantes para o Brasil. “O ministro teve a oportunidade de colocar a importância do projeto anticrime e houve uma receptividade no sentido apoiar as medidas que são extremamente importantes para o Brasil. Acredito que todos vão avaliar com tranquilidade os pontos colocados aqui.”
Já o deputado Giovani Cherini (PL-RS), questionou a questão do regime semiaberto e propôs fazer um grande projeto contra a corrupção sistêmica. “Eu penso que precisamos fazer um grande projeto contra corrupção sistêmica no Brasil, seja de político, médico, sem-terra. Voto de olhos fechados, mas vamos olhar para a corrupção sistêmica”, disse.
Alceu Moreira finalizou a reunião sugerindo que os membros da bancada procurem seus líderes partidários com o objetivo de formar consenso e sanar dúvidas sobre o pacote. Ele acredita que ainda há tempo suficiente para aprovar as medidas.