Durante reunião-almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) desta terça-feira (07), os parlamentares da bancada debateram a respeito da liberação de recursos do Plano Safra 2021/2022 e ouviram do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (MAPA), Guilherme Bastos, que, ainda esta semana, haverá a liberação dos recursos referentes ao Plano atual. Já em relação ao programa 2022/23, o secretário afirma que as negociações ainda prosseguem.
“Saímos de uma reunião hoje na Casa Civil e a expectativa é que até o final da semana a liberação ocorra. Quanto ao 22/23, estamos conversando com o Banco Central para que possamos aproveitar ao máximo os recursos que ainda temos disponíveis”, explicou Guilherme Bastos.
De acordo com o presidente da FPA, deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), “sem seguro rural não há agricultura”. Segundo o parlamentar, as discussões acerca do Plano Safra e do Seguro Rural são fundamentais para dar uma diretriz para os próximos passos do setor agropecuário. O deputado crê que muitas coisas urgentes caminham ao mesmo tempo em prol do setor, e precisam ser colocadas no topo das prioridades.
“Esses temas impactam na sociedade e na economia do País. Plano Safra e Seguro Rural são os mais urgentes neste momento. Estamos falando se vamos ou não ter recursos e são eles que ditam o que pode ou não ser feito”, pontuou Sérgio Souza.
Para o representante do MAPA, a questão do seguro rural precisa ser de atenção por parte dos parlamentares e de quem vislumbra o setor produtivo cada dia mais forte. “Temos o temor que R$ 990 milhões já se esgotem até setembro. Já foram utilizados R$ 550 milhões na subvenção para safras de inverno e segunda safra devido às questões climáticas”, disse Guilherme Bastos.
O seguro rural também é objeto de preocupação do deputado Arnaldo Jardim (CD-SP), coordenador de Infraestrutura e Logística da FPA. Segundo o parlamentar, apesar da Frente estar na busca da diminuição de custos, é imprescindível que se coloque o seguro rural como um foco da bancada para os próximos meses.
“Estamos criando alternativas para diminuir os sócios ocultos. Foi assim com o FIAgro, por exemplo. Mas chegou a hora de concentrar esforços no Plano Safra e na garantia de ampliar recursos para o seguro rural. Isso vai dar força ao nosso setor e ao País”, concluiu Arnaldo.
Na opinião do deputado federal José Mário Schreiner (MDB-GO), a discussão em relação ao Plano é sempre pertinente. Para ele, “nunca se precisou tanto de recursos para financiar a agricultura”. O parlamentar, membro da FPA, acredita que só a união entre as instituições financeiras pode ajudar, de fato, na obtenção de recursos em favor do agro.
“Esse é o momento que a presença dos bancos é muito necessária, especialmente garantindo recursos para os nossos produtores. Estamos vivendo um momento difícil nas questões dos fertilizantes, dos custos de produção e todos devem estar alinhados para que o setor continue sendo o grande esteio da economia”, finalizou.
Banco do Brasil e o Agro
A Frente Parlamentar da Agropecuária recebeu o presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade, que entre diversos assuntos, ressaltou o ótimo relacionamento que a instituição possui com o setor produtivo, principalmente na garantia de crédito para os produtores rurais.
“Nossa carteira de agro atingiu R$ 254,6 bi este ano com o setor cada vez mais pujante e demandando crédito. 59% do crédito para produtores rurais para a safra 21/22 veio do Banco do Brasil, sendo que 61,9% do crédito concedido possui seguro rural”, disse o presidente.
Fausto de Andrade ressalta que o maior desafio para este ano se trata dos incrementos de recursos. De acordo com ele, há uma demanda de pelo menos um acréscimo de R$ 175 bilhões destinados à safra. “Todo esse valor nós levamos em consideração a inflação do custeio, de todo o processo de custos do plantio. Precisamos garantir também que, até setembro, as instituições responsáveis pelos repasses, consigam fazê-los”, finalizou.