A expansão da conectividade no campo (Agricultura 4.0) foi o tema central da reunião-almoço, desta terça-feira (26), na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) em conjunto com a Frente Parlamentar Mista da Economia e Cidadania Digital.
O acesso à internet no campo é um dos principais desafios do agronegócio brasileiro. De acordo com o último Censo Agropecuário, de 2017, mais de 70% das propriedades rurais não possuem conexão.
Para mudar essa realidade e conectar os produtores rurais, com o objetivo de tornar o agronegócio ainda mais moderno e competitivo, deputados, senadores e representantes do agro debateram três projetos de lei que estão em tramitação no Congresso: PL 8824/2017, que trata da prestação dos serviços de telecomunicações por cooperativas, o PL 149/2019 que aborda questões relacionadas à agricultura de precisão e o PLS 349/2018 que dedica-se a desoneração de sistemas de comunicação máquina à máquina.
Presidente da FPA, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR) destacou que a bancada trabalhou ativamente para a aprovação da nova Lei do Fust, em 2020. O objetivo foi alterar a finalidade e destinação de recursos do fundo para promover a ampliação da conectividade no agronegócio brasileiro.
“O agro tem como foco a universalização das telecomunicações no meio rural, pois sabemos a importância da conectividade para a redução do custo de produção e aumento da produtividade. Crescemos muito nas últimas décadas e sem a inovação não teríamos um agro com o tamanho que temos hoje,” disse.
Sérgio Souza ressaltou que existe convergência entre os temas da FPA e da Frente Digital e, por esse motivo, a política de Conectividade e Agricultura 4.0 será formulada pelas duas frentes. “Vamos trabalhar propostas no intuito de garantir a redução do custo de produção, alimento de qualidade e preços mais justos para o cidadão brasileiro,” frisou o deputado.
A Agricultura 4.0 reúne instrumentos de coleta e análise de dados sobre o clima, solo, lavouras e equipamentos. Nesse sentido, a presidente da Frente Digital, deputada Luísa Canziani (PTB-PR), disse que assegurar o acesso à internet a um custo acessível e promover o desenvolvimento de habilidades digitais no campo, trará mais competitividade para a produção brasileira. “Pautas focadas no agronegócio nos aproximam dessa frente tão importante (FPA). Sempre com o intuito de promover cada vez mais oportunidades para nosso país,” disse Canziani.
A deputada Ângela Amin (PP-SC) ressaltou a importância do agro para a economia brasileira, e defendeu a aprovação do Projeto de Lei que estabelece uma Política Nacional de Educação Digital (PL 4513/20), pronto para ser apreciado pelo Plenário da Câmara dos Deputados.
“Graças ao agronegócio, a economia nacional tem crescido, no entanto, só vamos continuar avançando com potência agrícola, se garantirmos o acesso a conectividade e capacitação do homem do campo,” destacou a deputada.
Já o senador Fabio Garcia (União-MT) reforçou que não tem dúvida do quanto o 5G pode ajudar na agricultura. “As máquinas exigem tecnologia para que possamos tirar o melhor da produção agropecuária brasileira”.
FUST
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, apresentou o histórico bem-sucedido de ações da Anatel em prol da ampliação dos serviços de telecomunicações, alinhadas às políticas públicas para o setor.
“A FPA é uma grande parceira da Anatel, durante quase 20 anos não tínhamos condições de ter acesso aos recursos do FUST e graças ao esforço dessa bancada temos uma nova lei que nos permite levar conectividade e tecnologia para o Brasil,”, ressaltou Carlos Baigorri.
Ainda na reunião-almoço, a CEO da Baita Aceleradora, Rosana Jamal Fernandes, disse que muitos produtores brasileiros usam o celular e a rede social para alguma coisa. “Identificamos mais de 1500 startups no país e a maioria trabalha com o pequeno produtor. Com a implantação do 5G, vamos desenvolver soluções digitais que possam ser viabilizadas no mercado brasileiro e chegar ao mundo todo”, completou.