Dados da Balança Comercial Brasileira, apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior (Ministério da Economia), relativos ao primeiro quadrimestre de 2020 mostram que, mesmo em meio a pandemia de Coronavírus e as dificuldades econômicas vividas no mundo, o país apresenta uma corrente comercial praticamente inalterada, em comparação ao mesmo período do ano passado, com US$ 123,4 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, contra US$ 126,2 bilhões em 2019.
Ao se analisar exclusivamente o mês de abril, nota-se crescimento de US$ 1,1 bilhão no saldo comercial em 2020, em relação ao mesmo mês em 2019, com resultado de US$ 6,7 bilhões. Resultado do total de exportações de US$ 18,3 bilhões em razão de um número de importações na ordem de US$ 11,6 bilhões.
Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) compara o agro brasileiro com o um motor, afirmando que “o setor pode ser impulsionado rapidamente se investirmos em pesquisa, tecnologia e inovação”. O parlamentar acrescenta que “com investimentos e juros justos aos que precisam, teremos condições de aumentar 20% do que temos hoje, em menos de 5 anos”.
Os números apresentados pelo Ministério da Economia têm colaboração direta do setor agropecuário. Ao se analisar a classificação internacional por atividade econômica entre janeiro e abril de 2020 e 2019 é possível perceber um crescimento de mais de US$ 2 milhões da exportação de produtos agropecuários este ano, com destaque para soja e o algodão, com aumento de 29,9% e 69,5%, respectivamente. Efeito do crescimento do comércio com a China, em que as exportações cresceram 11,3%.
O deputado federal, Pedro Lupion (DEM-PR), membro da FPA, cita o aumento de 17,5% do setor agropecuário nas exportações brasileiras no primeiro quadrimestre de 2020, entendendo que este resultado passa por escolhas acertadas de representantes para o setor junto ao mercado exterior. “O Presidente Jair Bolsonaro acertou ao escolher nossa ministra Tereza Cristina para comandar o Ministério da Agricultura e dar o apoio que os produtores rurais precisam para garantir a safra”, declara o parlamentar.
Comércio internacional
Ao se comparar quanto o Brasil exportou para grandes economias mundiais no primeiro quadrimestre de 2020 e 2019, em referência ao que foi exportado para o mercado chinês, se observa que para cada US$ 1 exportado para a União Europeia, o Brasil exportou US$ 2 para a China. Para cada US$ 1 que o Brasil exporta para os EUA, são exportados US$ 3 para os chineses, mesmo dado ao verificar a proporção de exportações feitas para América do Sul.
Outro dado referente ao país asiático, da nota de que as exportações brasileiras em 2020 com os chineses chegam a US$ 21,8 milhões. Valor maior do que o atingido com a soma de exportações realizadas este ano para a União Europeia (US$ 10,7 mi), os EUA (US$ 7 mi) e a Argentina (US$ 2,6 mi), que totaliza US$ 20,4 milhões.
Deputado federal por Minas Gerais, Zé Silva (SDD-MG) acredita que “o agronegócio brasileiro tem sido a âncora de garantia de superávit da balança comercial brasileira nas últimas décadas”. Para ele a comprovação disto está, também, na conquista de novos mercados, “cito especialmente à Ásia, destacando a China e também a nossa competitividade pela qualidade dos nossos produtos e produtividade”.
Recordes mensais históricos foram batidos neste mês de abril, na análise de volume exportado. A soja ultrapassou 16 milhões de toneladas, o algodão bruto ultrapassou 90 mil toneladas, enquanto a carne bovina atingiu 116 mil toneladas, seguida da carne suína com 63 mil toneladas.
A mesma análise pode ser feita ao se observar o valor exportado, que para soja chegou a US$ 5,5 bilhões, para carne bovina ultrapassou os US$ 500 milhões, a carne suína atingiu os US$ 154 milhões e o algodão superou os US$ 140 milhões.
Por fim, cabe observar que o Brasil cresceu sua exportação em volume no quadrimestre deste ano, na margem de 1,1% em relação ao mesmo período em 2019. E que no mês de abril a elevação foi ainda maior, na casa de 2,9% ao analisar a quantidade exportada pelo país em abril do ano passado. Os dados se tornam ainda mais relevantes ao se ressaltar que a OMC (Organização Mundial do Comércio) projeta queda mundial do volume comercializado no mundo entre -13% e -32% no ano.
Alceu Moreira cita que nos quatro meses iniciais deste ano, 48 países ampliaram o portifólio de produtos a serem importados do Brasil e 21 novos países, que nunca tinham feito comércio com nosso país no setor agrícola, abriram suas portas para importar produtos brasileiros.
“Significa dizer que o agro nacional tem um grande futuro e que se nós tivermos capacidade e apoio, com redução de custos, como juros e logística de transporte, tirando do nosso meio o sócio oculto, teremos um agro ainda mais competitivo”. O presidente da FPA encerra dizendo que “assim podemos obter a capacidade de produzir volumes que atendam 2 bilhões de pessoas rapidamente, ao invés de 1,4 bilhões que atendemos hoje”.