Dilceu Sperafico*
Para o bem do Brasil e dos brasileiros, rurais e urbanos, o agronegócio nacional não produz apenas alimentos de qualidade, diversidade, sustentabilidade e a preços acessíveis a todos os consumidores, além de matérias primas industriais e biocombustíveis.
Da mesma forma, gera muitas boas notícias para todos os segmentos produtivos e sociais do País, ajudando a resgatar a esperança e confiança da população na superação da grave crise e retomada do desenvolvimento.
Entre as últimas informações alentadoras, estiveram as relativas às exportações do agronegócio do País, que somaram 96 bilhões de dólares em 2017, com elevação de 13% em relação ao período anterior.
Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o agronegócio foi o setor responsável por 44,1% das vendas do País para o exterior no ano passado.
Dentro das atividades da agropecuária nacional, o segmento de grãos foi o principal exportador em 2017, atingindo 25,71 bilhões de dólares. Em segundo lugar ficou o setor de carnes com exportações de 15,47 bilhões de dólares e crescimento de 8,9% em relação ao ano anterior.
Na prática, as exportações brasileiras de carne poderiam ter sido maiores no ano passado não fosse a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que prossegue investigando irregularidades em determinados frigoríficos brasileiros.
Como o agronegócio nacional tem tradição na produção de alimentos, gozando da confiança de mais de uma centena de países, os importadores não demoraram a entender que os problemas eram e são pontuais e o País está empenhando na solução definitiva dos eventuais desvios.
Apesar da repercussão negativa da Operação Carne Fraca, num setor sensível e exigente, como é o comércio de alimentos, o volume de carnes exportadas pelo Brasil permaneceu estável em relação ao de 2016.
Conforme o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em 2017 o País exportou 6,557 milhões de toneladas de carnes, contra 6,558 milhões de toneladas em 2016. A redução das exportações de carnes de bovinos, suínos e frangos, além de derivados, portanto, foi de apenas 1,6 mil toneladas.
Em todo o ano passado, as exportações brasileiras superaram as importações em 47,69 bilhões de dólares, com o melhor resultado da balança comercial do País a em toda a série histórica, iniciada em 1989.
Em 2018, o País espera repetir os bons resultados de 2017, mesmo com nova etapa da Operação Carne Fraca, pois o agronegócio espera avançar no mercado asiático.
Nada menos do que 51% da população mundial vive na Ásia, onde a economia mais tem crescido nos últimos anos, especialmente na China, graças ao aumento da renda dos habitantes da região.
Além disso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento espera concluir em breve o processo de reabertura do mercado para a carne in natura brasileira nos Estados Unidos, revertendo medida anunciada em junho de 2017.
Mesmo que as negociações relativas ao comércio exterior estejam dificultadas pela imprevisibilidade do processo eleitoral deste ano de 2018, espera-se avanço nas tratativas, pois envolvem os interesses de importantes segmentos econômico e sociais do País.
Assim como mais uma boa safra de grãos, o agronegócio brasileiro espera comemorar mais essa boa notícia nos próximos meses, pela influência dos Estados Unidos no mercado globalizado, especialmente de produtos essenciais para o bem-estar da sociedade, como são os alimentos.
*O autor é deputado federal pelo Paraná