O aumento da importação de leite preocupa o deputado Evair de Melo (PV-ES), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Os dados disponíveis até o momento apontam que no primeiro trimestre desse ano, o Brasil importou 35,4 mil toneladas de leite (em pó e outros), volume 76% superior ao mesmo período de 2016, sendo Uruguai, Argentina e Chile os principais fornecedores de leite em pó, com 19 mil toneladas dos uruguaios e 13 mil toneladas dos argentinos.
Para analisar os critérios econômicos adotados pelo Governo Federal para autorizar a importação de leite e os impactos dessas políticas na cadeia produtiva, a Comissão de Agricultura da Câmara aprovou o requerimento do deputado Evair de Melo e vai realizar, na terça-feira (15), na Câmara dos Deputados, Audiência Pública com a presença de dirigentes governamentais e representantes de todos os segmentos envolvidos na produção e industrialização de leite no país.
“Vamos ao debate. Vamos buscar respostas que nunca nos deram. O leite de origem duvidosa, que coloca em risco os nossos consumidores e compromete a qualidade de outros produtos derivados, também está acima de tudo trazendo sérios prejuízos aos nossos pecuaristas. Vamos debater esse tema com muita firmeza, tendo compromisso com os consumidores e produtores nacionais. Um forte e sério debate dos critérios obscuros que permitem a importação. Volto a dizer, para proteger os consumidores e garantir renda dos produtores rurais, principalmente os pequenos e médios de todo o território nacional”, destaca Evair.
A audiência pública vai contar com as participações dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Câmara Setorial do Leite, da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), das federações de agricultores, trabalhadores rurais e das indústrias e laticínios do Espírito Santo, Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil, da Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios – G100, da Associação dos Pequenos Industrialistas do Leite (APIL), da Cooperativa Agropecuária Vale do Paracatu (Coopervap) e da Via Láctea, Instituto Gaúcho do Leite, demais empreendedores, gestores e parlamentares.
Somente no Espírito Santo, de acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), são 14.5 mil propriedades envolvidas na pecuária leiteira, produzindo 485 milhões de litros de leite anualmente, onde aproximadamente 206 milhões de litros têm relação com cooperativas, que faturaram R$ 570 milhões em 2016.