Apesar da vinculação feita entre a votação da denúncia contra o presidente da República, Michel Temer, e a visita realizada nesta terça-feira (1º) à Frente Parlamentar da Agropecuária, o almoço reuniu 70 parlamentares e 42 entidades ligadas ao setor produtivo nacional para discutir questões prioritárias.
O presidente da Frente, deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), ao elencar duas conquistas importantes dos últimos seis meses, a terceirização e a reforma trabalhista, disse que para o próximo semestre o foco vai estar na reforma tributária, licenciamento ambiental e defensivos agrícolas. “A expectativa é que encerremos o ano desburocratizando setor e dando eficiência ao país”, finalizou.
O presidente Michel Temer ressaltou que diversos assuntos ligados à agricultura tiveram solução rápida em seu governo, mas criticou àqueles que concluem ter havido privilégios na área. “Estamos trabalhando em favor de todas as classes. A reforma trabalhista é um exemplo”, rebateu.
“Quem se beneficia com as conquistas da FPA não é apenas o agronegócio, mas a sociedade como um todo. O setor é o carro chefe da geração de emprego e contribui com 27% do Produto Interno Bruto (PIB). Aqui agradecemos as conquistas para o setor que está organizado e representado de forma suprapartidária”, disse Leitão.
Ao falar sobre a pauta da FPA, Temer fez questão de destacar que a unificação de entendimento sobre o marco temporal em demarcações de terras indígenas foi um ato de coragem do governo ao aprovar o parecer da Advocacia Geral da União. “Colocamos uma estabilização naquilo que a Constituinte de 1988 já havia determinado, quando em disposição transitória, disse que a demarcação das terras indígenas seria feita em cinco anos. Passou-se o período de 30 anos sem que houvesse solução definitiva”, disse.
Manifesto
Durante almoço oferecido ao presidente, foi entregue um manifesto que pede apoio à priorização do setor de combustíveis por meio do RenovaBio, programa do governo federal para expansão dos biocombustíveis até 2030. O documento foi assinado pelo governador Geraldo Alckmin; pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf; pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, Fábio Meirelles; e por dirigentes de 15 entidades ligadas ao agronegócio.
Em resposta, Temer informou que o governo já trabalha na construção de uma medida provisória para tratar do assunto. “Nem precisava deste documento. Já estamos estudando uma alternativa”, acenou.