A ideia desse encontro de hoje foi discutir com o diretor Renato Alencar Porto, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Ministério da Saúde, a burocracia que dificulta o registro de novos agroquímicos ou impedem que novas moléculas ainda eficazes cheguem aos produtores rurais. Como sabemos, este tema constitui um dos gargalos que afetam o crescimento e os avanços do agronegócio brasileiro. Aliás, não de hoje que nós da FPA nos preocupamos com essa grave situação.
A informação é do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Marcos Montes (PSD-MG), ao participar na manhã desta quarta-feira (2) dos debates, na sala da presidência da Comissão de Agricultura da Câmara Federal, sobre a celeridade nos processos regulatórios dos defensivos agrícolas. “É inadmissível essa lentidão nos registros desses produtos que na maioria das vezes podem chegar a sete anos, enquanto em nossos concorrentes é a metade ou menos desse tempo”, destacou.
Luz no túnel – Marcos Montes disse que os participantes da reunião perceberam uma nova postura, uma nova visão sobre o assunto pela diretoria técnica da Anvisa, “o que facilita o diálogo e a compreensão frente às reivindicações das entidades representativas do setor agropecuário, daí nossa expectativa de uma luz no final do túnel, pois vemos hoje a Anvisa com um viés mais técnico e sua expertise oferece as condições necessárias para apressar esses registros”.
Marcos Montes explicou que a morosidade que hoje se verifica traz prejuízos não só ao produtor como também ao consumidor. Segundo ele, a sociedade precisa entender que, assim como os remédios para as pessoas, as lavouras necessitam dos agroquímicos para o combate das pragas e doenças que as infestam. “Então, é importante mostrar à opinião pública a utilidade e a necessidade desses produtos para a produtividade, a produção e a qualidade dos alimentos”, destacou.
Eduardo Daher, da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), ressaltou que o produtor brasileiro sofre quando enfrenta o ataque de pragas para as quais não existem defensivos registrados no país. “Como resultado, hoje, o Brasil deixa de contar com uma série de produtos mais eficazes e modernos, já aprovados para uso em outros países”, opinião compartilhada pela associação dos produtores de soja (Aprosoja Brasil), de algodão (Abrapa), dos representantes das cooperativas brasileiras (OCB) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), também presentes no encontro.