Presidida pelo Deputado Newton Cardoso Jr, a Frente definiu como uma das prioridades a criação de uma cédula de crédito florestal.
Na primeira reunião de trabalho da Frente Parlamentar da Silvicultura, que aconteceu nesta quarta-feira (09), Deputados e lideranças do setor definiram uma pauta legislativa que tem como objetivo incentivar o plantio de florestas no Brasil. Entre os temas em discussão estão a desburocratização do licenciamento ambiental ; a criação de uma cédula de crédito florestal; o combate ao uso de madeira ilegal e a legislação trabalhista.
Para o Deputado Newton Cardoso Jr, Presidente da Frente, o setor tem tudo para crescer mais neste momento conturbado da economia e um dos caminhos está na geração de energia. “Brasil e Estados Unidos assinaram um termo de compromisso para que 20% da energia gerada sejam provenientes de fontes renováveis até 2030. Vamos trabalhar pela desburocratização e se empenhar em projetos que favoreçam o plantio de florestas no Brasil”, ressaltou o Parlamentar. Segundo ele, a pauta legislativa é estratégica para ‘tirar as amarras’ que travam o setor.
O deputado citou, por exemplo, a restrição de aquisição de terras por estrangeiros (conhecida como restrição da AGU – Advocacia Geral da União), que deve entrar na pauta da Câmara Federal nos próximos dias. Do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento participaram o Secretário de Políticas Agrícolas, André Nassar, e o coordenador geral de Frutas, Café e Florestas, Eduardo Sampaio.Nassar lembrou que a ministra Kátia Abreu não é favorável à restrição da AGU e que está atuando diretamente na estruturação de uma política de incentivo ao setor. “Já temos o trabalho feito pela Câmara Setorial de Silvicultura. Agora é colocar em prática”, afirmou.
Novos investimentos – O diretor executivo da Associação Mineira de Silvicultura, Antônio Tarcizo, lembrou que só derrubar a restrição da AGU seria suficiente para atrair novos investimentos. “Estamos precisando gerar empregos e movimentar nossa economia. O governo precisa enxergar isso”, alertou.
“O Brasil está perdendo alguns bilhões em investimentos”. Andreas Mirow, consultor especializado em florestas, celulose e papel, citou alguns exemplos de conversas recentes com alguns presidentes de empresas e representantes de fundos de investimentos. “Eles investem menos ou deixam de investir, pois eles entendem que precisam ter a garantia do suprimento de madeira”, explicou Andreas.
A Frente Parlamentar de Silvicultura também deve ampliar a discussão com o setor elétrico para o uso de biomassa.
A próxima reunião da Frente Parlamentar de Silvicultura está marcada para o dia 28 de outubro, antes do 3° Encontro Painel Florestal de Executivos, evento que vai reunir empresários, lideranças e executivos florestais para discussões estratégicas plurinstitucionais.