O plantio da safra de inverno teve início em alguns dos principais estados produtores e como a divulgação dos recursos destinados ao seguro rural não aconteceu em tempo hábil, os produtores, até então, contaram apenas com subvenções estaduais e seguem com temor quanto a morosidade na chegada dos recursos federais.
No Paraná, o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado, Francisco Simioni, conta que o plantio de milho safrinha já atingiu cerca de 90% da área estimada para 2015, o que significa algo em torno de 1,8 a 1,9 milhão de hectares.
“Conseguimos a liberação de R$ 2,3 milhões em subvenção de ordem estadual para a safrinha de milho e feijão, e estamos negociando outros R$ 5,3 milhões para o trigo, que é a grande preocupação”, afirma o executivo.
No ano passado, o estado – principal produtor de trigo do País – utilizou R$ 4,5 milhões em seguro rural para a cultura. No Rio Grande do Sul – que ocupa a segunda posição no ranking da triticultura – o presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Hamilton Jardim, acredita que sejam necessários R$ 780 milhões para esta safra, diante dos R$ 700 milhões utilizados na temporada de 2013/2014.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou, por meio da assessoria de imprensa, que “os recursos para este ano estão vinculados a aprovação da Lei Orçamentária, que está para ser aprovada nesta semana pelo Congresso Nacional”. Ao DCI, o ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), disse que o orçamento foi enviado para votação ontem. Até o fechamento desta edição, o montante não havia sido aprovado pelos parlamentares.
Recursos remanescentes
A preocupação quanto a chegada dos recursos para a safra de inverno deste ano é realidade entre os produtores porque R$ 300 milhões de subvenção remanescentes da safrinha de 2014 ainda não foram pagos às seguradoras. Heinze diz que a situação foi tomada pela ministra da pasta agrícola, Kátia Abreu, e aprovada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo o deputado, o que ainda está sendo definida é a forma de repasse do valor.
Entretanto, o Mapa informa apenas que o montante “ainda não saiu”, mas acredita-se que “dentro dos próximos dias tudo estará resolvido”.
“No ano passado foram liberados R$ 700 milhões para seguro. Se estes R$ 300 milhões já tivessem sido pagos, nós estaríamos cobertos para este início da segunda safra”, acrescenta Simioni, do Deral.
Jardim lembra que na última reunião da Câmara Setorial de Culturas de Inverno, realizada em Brasília, os recursos que faltavam entraram em discussão e houve a promessa de que o repasse seria feito em breve. “Apesar de tudo, nossa grande preocupação é a safra deste ano, ainda não sabemos que vai faltar ou o que vai acontecer”, enfatiza o executivo da federação gaúcha.
De acordo com Heinze, o que está sendo pleiteado é que sejam mantidos, ao menos, os R$ 700 milhões disponibilizados na safra anterior.
Fonte: DCI